tenho recebido vários comentários a questionarem o valor calórico de alguns alimentos. e se é possível emagrecer comendo coisas como manteiga de amendoim e grandes pratadas de papas de aveia.
vamos esclarecer conceitos: comer saudável e emagrecer são coisas diferentes ainda que, para emagrecer de forma sustentável e verdadeira, seja obrigatória comer saudável e que comer saudável acaba por levar ao emagrecimento.
de forma muito resumida, numa pessoa saudável, para emagrecer, basta que a energia consumida seja inferir à energia gasta. como exemplo, uma mulher com cerca de 57kg gasta naturalmente 1700 calorias por dia, se comer apenas 1500, irá emagrecer. se comer 2000 calorias mas fizer uma corrida onde gastou 500, é como se tivesse comido apenas 1500, logo irá emagrecer. se andou a comer 2000 calorias e não mexer o rabo… engorda.
agora, se comermos 1200 calorias de chocolate branco por dia emagrecemos? claro que sim. e se bebermos sumos durante três dias, com menos de 1000 por dia, emagrecemos? bastante!
e apenas emagrecer é ficar com um corpo bonito? não. e emagrecer dessa forma é bom? não, é péssimo e depois voltamos a engordar.
os meus pequenos almoços têm mais de 400 calorias – é aliás a refeição mais calórica do dia para garantir muita força e boa disposição. umas papas de aveia têm cerca de 350 calorias, cheias de bons hidratos, proteínas, vitaminas e fibras. uma colher de manteiga de amendoim tem cerca de 50 calorias, com proteínas e excelentes gorduras [as gorduras, como o azeite, os frutos secos ou fruta como o abacate, são essenciais para emagrecer].
resumindo: gastemos as calorias com alimentos saudáveis e saciantes. troquemos os doces “açúcar” por frutas mais saciantes – sim, bananas! – como uma boa colherada de manteiga de amendoim. troquemos bolachas por grandes pratadas de papas de aveia com iogurte grego e até uma colher de mel. prefiram sempre um bifinho a uma fatia de fiambre, uma peça de fruta a um doce qualquer ou uns frutos secos em vez de uma bolachas. e escolham alimentos com um menor número de ingredientes.
[a mim não me custa resistir a um bolo mas é uma tortura ficar a ver a parte de fora as pizzas que os miúdos não comem… pronto, é pão.]
Nem mais 🙂
O pequeno almoço é sem dúvida a minha refeição preferida.
Catarina,
Se me permite uns comentários adicionais (de quem anda há muito tempo nestas andanças de dietas e regimes alimentares).
1. Comer saudável e' comer de acordo com uma determinada proporção de hidratos (não refinados), gorduras (não saturadas) e proteínas, cinco vezes por dia, tendo em consideração a estação do ano em que estamos e nossa condição – o frio pode requerer maior consumo energético, assim como uma condição pessoal de debilidade energética.
2. Comer da forma referida alimentos com algum teor calórico mas muitas fibras induz um estado de saciedade com alguma rapidez, que impede que se coma demais. Eu costumo dizer que, desde que passei a ter um regime macrobiótico, tenho uma válvula limitadora de enchimento no estômago. Adicionalmente, mantém níveis de energia estáveis que nos permite ser produtivos e não cair em hipoglicemias que implicam comer açúcares rápidos e com alto índice glicémico, estar a pensar constantemente em comida e cair em overdoses de calorias vazias.
3. A outra regra e' nem sempre nem nunca – por regra não se deve comer hidratos refinados, pastelaria tradicional, mas quando apetece, e' comer sem pecado porque depois passa se imenso tempo sem pensar no assunto…
4. Eu sou macrobiótica ( não fundamentalista) há 12 anos, não como carne nem derivados ou lácteos, como peixe 4 ou 5 vezes por semana, ovos uma vez por semana, porque preciso da energia das proteínas para o meu dia a dia vivido a uma velocidade de 200km/hora; depois de ter feito o curso anual de culinária no IMP a minha vida nunca mais foi a mesma, as refeições passaram a ter um requinte e subtileza anteriormente desconhecidos (da' trabalho que se farta mas compensa pelo prazer que se tem). E não há macrobióticos gordos, apesar das toneladas de arroz, flocos de aveia, aveia, millet, quinoa, grão, feijões, polentas, lentilhas, etc, que se comem. Para ale'm de que há sobremesas maravilhosas…
Em relação ao exercício, o melhor e um programa variado, com cardio, musculação e algum tipo de alongamentos – não necessariamente para emagrecer mas para melhorar a nossa condição, postura, e, ulteriormente, a qualidade de vida.
ptc
Porquê trocar o fiambre, Catarina? Traz malefícios à saúde/dieta? Agora fui apanhada de surpresa.. (Consumo fiambre de peru, se é que faz diferença)
Quando comprar fiambre leia a lista de ingredientes e pense nisso 🙂 não conhecerá quase nenhum. E se tiver mais de 70% de carne, o que já é uma sorte, pense o que serão os outros 30%.
Eu compro muito ocasionalmente fiambre no LIDL porque tem 97% de carne. Uma raridade.
Que grande disparate. O fiambre do LIDL tem 97% de carne proveniente de vísceras de porco, olhos, patas, etc. E é isso que está a recomendar?! Há imensos fiambres no mercado 100% de carne de qualidade, nomeadamente as versões de aves que, para se diferenciarem, não colocam a designação “fiambre” nas embalagens, mas sim “peito de frango”, “peito de perú”, etc! Sugiro que esteja mais atenta, pois não é, de todo, uma raridade.
muito obrigada pela informação. estamos cá para saber mais e aprender.
Muito muito obrigada pelo post Catarina. Concordo com o que dizes, tudinho.
Não sabia que o fiambre era essa armadilha…
http://mundodamafy.blogspot.pt/