Os meus pais eram casados há 30 anos quando, em luta contra um cancro, o meu pai foi operado. Nesse dia tínhamos saído cedo de casa e, para o tempo da intervenção não parecer uma eternidade, nesse hiato fui às compras com a minha mãe e insisti que vestisse uma roupa nova.
A minha mãe foi a primeira pessoa a visitar o meu pai, depois disso. Esperava-a no corredor quando a vejo sair lavada em lágrimas.
– O teu pai está mesmo mal! Repetia.
Quis perceber como o tinham encontrado.
– Ele viu-me, reparou que eu tinha uma roupa diferente e disse-me que estava bonita. Ele não está nada bem. Soluçava.
Era apenas um elogio. Em 30 anos, surpreendentemente o meu pai nunca tinha dito assim, com as letras todas, que a minha mãe estava bonita. Os três anos que o meu pai teve ainda a oportunidade de viver foram os mais felizes da relação dos meus pais. Reformulo: era a força de um elogio. Neste post falo sobre como ressuscitar o fator novidade nas relações longas.
Afinal, de que serve dizermos que amamos se, no correr dos dias, apenas criticamos? Quanto mais apontamos aquilo que não gostamos, mais procuramos esses pontos negativos e mais os encontramos. Se é mesmo tudo assim, tão mau, porque permanecemos nessa relação?
Muitas vezes mantemos uma atitude crítica porque evitamos ser amáveis e vulneráveis, numa falsa sensação de proteção à dor. Talvez provavelmente se o outro não acreditar no seu valor eu seja sempre suficiente…
O exercício deve ser exactamente o oposto
Empoderar o outro e empoderar-me. O que ganho, todos os dias, com a nossa equipa? Quais as características mais me encantam na pessoa com quem estou?
Quando, por fim estiver consciente das respostas, não as guarde para si, partilhe-as com o outro protagonista da história de amor tudo o que lhe desperta afeto, apreço, interesse e entusiasmo.
Os meus pais viveram os melhores anos da vida deles depois de, pela força da doença, terem aprendido a elogiar-se. Quando todos percebermos o quanto podemos influenciar positivamente quem somos e as relações da nossa vida (amorosas e todas as outras), quando ganharmos consciência que isto de ser feliz é uma decisão, muito mais do que a força do contexto, o mundo de cada um será um lugar muito melhor, e o mundo de todos por consequência.
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