tempo em família

As férias e as relações. Como sobreviver?

As estatísticas dizem que é após o período de férias de verão que dão entrada mais pedidos de divórcio. O fenómeno não é diferente daquele que aconteceu no pós-confinamento. Podemos chamar-lhe: o maravilhoso impacto do tempo em família. Maravilhoso porque, tenha que impacto tiver, serve para perceber em que ponto da relação amorosa estamos.

No dia a dia da vida moderna (expressão com cheirinho a aulas de história), com longas jornadas de trabalho fora de casa que incluem o tempo de deslocação, o tempo em família fica restrito ao final do dia. Estas horas, entre a chegada a casa, e a hora de dormir, é quase sempre marcado por um conjunto pesado de obrigações: as refeições, os banhos, os trabalhos de casa dos miúdos, as atividades extracurriculares.

A metáfora da roda do ratinho é perfeita: entramos, aceleramos, e o modo automático impede-nos de ver o que está à volta e dificulta a saída.

Catarina Beato

Os relacionamentos amorosos também entram em modo automático, no entra e sai de casa, nas conversas de circunstância e nas tarefas obrigatórias.

Até que começam as férias. Com maior ou menor esforço económico envolvido (muitas vezes mais um motivo de tensão para o casal), os dias obrigam ao convívio 24/7 (24 horas por dia, sete dias por semana).

Existem três cenários distintos.

Há um grupo de casais que se reencontram, reconhecem-se e voltam a apaixonar-se.

Temos aqueles que percebem que não há vida para além do modo automático (e desejam de forma evidente separar-se).

E os outros

Para os dois primeiros grupos: parabéns! Seja pela espécie de renovação anual de votos, seja pela conclusão que podem ser mais felizes de outra forma. A vida e as relações amorosas querem-se em autenticidade e compromisso consciente (e não automático).

Escrevo para os outros, aqueles que nem nas férias conseguem sair do modo automático, que voltam muito mais cansados do que foram, que discutem ainda mais quando existe uma espécie de obrigação para aproveitar e construir memórias porque “estamos de férias”.

Não existe um “é suposto” em nada nesta vida. A base é sempre a mesma: esqueçam o que é suposto e pensem naquilo que as férias significam para cada um de vós, dentro do vosso contexto e realidade.

Usem o impacto do tempo passado a dois (ou em família) para reforçar a ligação, ou perceberem que não existe, mas nunca para deixar tudo na mesma, até às próximas férias. 

As férias são um dos pontos que trazemos no desafio 21 dias  “Guia para casais com filhos – Como conseguir ser as duas coisas e sobreviver” . A última edição começa a 10 de Agosto, aceitas o desafio? Sabe mais AQUI.

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