sabemos aquilo que estamos a comer?

sabemos aquilo que estamos a comer?

No dia da Liberdade fui às compras. O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Primeiro que tudo sublinho que sou contra ir às compras nos dias feriados, mas a necessidade foi maior do que as minhas manias.

Agora explico: quando, no dia 25 de Abril, andava às voltas numa superfície comercial parei num lugar onde estava em promoção um “pão saudável de aveia”, mesmo ao lado estava a padaria. Perante esta denominação as pessoas levavam vários pacotes de “pão saudável de aveia” comentando com a sua companhia de compras a sua escolha “tão positiva”.

E eu fiquei a pensar que a literacia é mesmo a maior garantia de liberdade. Saber ler e interpretar é aquilo que torna possível escolher. E apesar do dia apelar a valores mais altos, estava a pensar em literacia alimentar. Apenas isso: saber ler um rótulo. A esmagadora maioria das pessoas não sabe o que está a comprar. Exceção feita para o momento do talho e da peixaria, em que os hábitos e os ensinamentos das nossas mães e avós continuam a ser válidos e úteis.

Não querendo comparar com o interesse de uma ditadura, em que as pessoas não possam ler e consequentemente não possam informar-se e revoltar-se, quem vende também não tem interesse que exista a capacidade de perceber que num “pão saudável de aveia” existem 11 gramas de açúcar por cada 100 gramas. Apeteceu-me gritar: vão comprar broa de milho!

Sabemos o resultado de nos endividarmos com todo o tipo de créditos possíveis e imaginários por falta de literacia financeira, porque assinámos contratos sem saber o que era o spread e a taxa de juro. Mas não questionamos o que acontecerá, a longo prazo, por não sabermos ler a composição daquilo que comemos.

Experimentem ler os rótulos de todos os alimentos que comprarem na próxima vez que forem ao supermercado. Se não souberem o que são dois dos ingredientes não tragam. A sua saúde vai agradecer e a sua carteira também (na conta das compras e na conta do médico).

11 comentários em “sabemos aquilo que estamos a comer?”

  1. Bom dia Catarina,

    Descobri o seu blog há relativamente pouco tempo e gosto muito de a ler.
    Com este post não pude deixar de comentar.
    Não me diga que o «pão saudável de aveia» é o Oroweat da Bimbo?
    Eu sou uma pessoa que lê rótulos, e já deixei ficar muita coisa (grande parte das vezes iogurtes) nas prateleiras porque fiquei escandalizada com o nível de açúcar que uma dose de determinado produto contém.
    E eu descobri há pouco tempo o pão Oroweat, do qual costumo consumir uma sandes a meio da manhã no trabalho. E li o rótulo (o de 12 cereais) e não me pareceu uma escandaleira… Mas também posso estar enganada.

    Vânia

  2. Recomendo um livro "Uma especialista em nutrição no supermercado" de Patrícia Almeida Nunes. É educativo e esclarecedor. Mas confesso, fica difícil fazer compras. Poucos alimentos se safam… Um grande beijinho!

  3. Mesmo assim acho que preferia comer uma fatia de pão de aveia por dia, do que comer aquela proteína que mostra no post anterior.
    Isso sim me faz sentir iliterada e completamente distante de um dieta equilibrada.
    Desculpe mas ainda estou naquela ideia de que não há nada como comer comidas simples e sem ser retiradas de frascos ou pacotes.

  4. Comecei a notar mais isso depois de er sido Mãe…depois de ter angioedemas que podem estar relacionados com aditivos e as porcarias que a maioria da comida tem.
    Sou a favor que os miúscos na escola deviam ter uma disciplina que informa-se sobre isso…
    Sobre os quimicos nas pastas de dentes, nos champoos, os rótulos na comida
    Mas isso n ia render para as grandes marcas e empresas…

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