pílula

Vamos falar sobre a pílula. Ou sobre liberdade feminina.

Há assuntos em que tentamos ir tão à frente que voltamos para trás. Sobre as vacinas já sabem o que penso. E nesse assunto sou super radical porque falamos de saúde pública. Ponto. Hoje falo sobre a pílula e outros métodos contraceptivos.
Estava a ler os stories Mariana Soares Branco  . E pensei: tenho mesmo que escrever sobre isto. Vamos falar sobre a pílula.

É óbvio e respeitável que existem razões morais (religiosas) que justificam essa opção. Se acreditam que todos os filhos devem vir ao mundo e estão numa relação estável não estão abrangidos pelas minhas palavras. Se acreditam no sexo como forma de procriação entre marido e mulher, o meu total respeito.
Vamos à restante camada da população, aquela que não vai ficar com todas as pessoas com quem tem relações sexuais. Ou aqueles que, numa relação estável e adulta, querem fazer o chamado planeamento familiar.

Primeiro, rapazes e raparigas (de qualquer idade) deste mundo, o preservativo é o único método contra eficaz contra as doenças sexualmente transmissíveis. É uma questão de saúde. Não é uma brincadeira.

Segundo, mulheres que me lêem, a pílula e outros métodos como o DIU ou o implante, direccionados para as mulheres, foram uma forma de emancipação brutal. Percebem a liberdade sexual que isso conferiu às mulheres? Poderem ter sexo pelo prazer e não para terem filhos? Entendem que isso as pôs em igualdade sexual em relação aos homens?

Entendo que digam que a ciência não está suficientemente desenvolvido para que os homens possam ter este lado da responsabilidade. Verdade! Totalmente verdade. Mas é o que temos e é um direito da mulher poder ter prazer sem ter filhos.

Faço parte do clube das mulheres que sofria com todos os efeitos secundários da pílula. Assunto que só me preocupou nas relações estáveis porque nas outras estava decidido (podem ler novamente o parágrafo do preservativo).

Não posso aceitar que digamos mal da pílula em jeito de libertação feminina. É um direito, uma liberdade e ainda bem que existe.

Se temos que responsabilizar os homens para o uso do preservativo? Temos sim, até à exaustão porque é uma questão de saúde!

Se podemos descobrir outras formas de contracepção quando estamos numa relação estável e adulta (e entendam por adulta podermos pedir análises a essa pessoa e não termos problema em termos um filho com ela)? Claro! Leiam aqui. 

A mulher tem o direito a proteger e conhecer o seu corpo. As amigas e inimigas hormonas fazem parte (com ou sem pílula). Eu consegui, finalmente, aos 40 anos, dar-me bem com o DIU.

Mas não esqueçam, mesmo, que a pílula foi uma vitória imensa para a mulher!

2 comentários em “Vamos falar sobre a pílula. Ou sobre liberdade feminina.”

  1. Por aqui andamos a equacionar outra solução polémica, a vasectomia. Porque eu quero ficar livre de hormonas e deixar o meu corpo funcionar de forma natural (tomo a pílula há mais de 20 anos com as devidas paragens para duas gravidezes), ele não é fã de preservativos e eu não volto a colocar o Diu, que me doeu horrores a pôr e a tirar.

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