estudar para fora

Angústias: “Mãe quero ir estudar para fora!”

Falo pouco do meu filho adolescente porque acredito que esta idade merece todo o respeito. Se ele não gosta de exposição, quem sou eu? Apesar disso, acredito que faz falta escrever sobre esta fase da vida tão desafiadora, para quem cresce e para quem vê os filhos crescerem. Por isso, há posts que são quase serviço público. Pais de adolescentes, eu sei que somos detentores dos recordes Guiness de angústias. Hoje falo de uma específica: e quando nos dizem que querem sair de casa? Vá, menos dramático. E quando nos pedem para ir estudar para fora?

Digo sempre que não mudava nada na vida porque queria estar exatamente onde estou agora. Mas, podendo conversar com a Catarina adolescente dir-lhe-ia para não ter medo. Ou seja, para experimentar Erasmus e ir uns meses trabalhar para Londres (o meu sonho).

Sem problema nenhum, assumo que um lado da minha angústia acaba quando, em vez de mãe, sou apenas a Catarina. Quero muito que o Gonçalo viva novas experiências. Quero que saia da zona de conforto, que ganhe o mundo, que encontre a sua essência em novas amizades. É uma conquista gigante a nível pessoal. E tenho absoluta consciência da mais valia que pode significar em termos profissionais.

– Mãe, quero ir estudar para fora.

E a Catarina respondeu: sim, sim, sim!

Pois bem, mas Catarina já não é adolescente. Perante esta questão, a mãe do Gonçalo pensou: mas, mas, mas….

 

Ao longo da vida fui aprendendo (felizmente) que é importante pedir ajuda. E, nisto das angústias de mãe, nada como encontrar quem saiba muito mais do que eu na temática do sofrimento (vá Catarina, menos, o rapaz só quer ir à vida dele).

Falei com outras mães, usei o amigo Google, dormi bastante sobre o assunto, li muito e marquei uma reunião na OK Estudante, uma agência especializada no Reino Unido que dá suporte aos miúdos durante todo o processo de candidatura para a universidade.

Lá fui, super entusiasmada por ele e mega nervosa por mim.

Basicamente, a Inês (a Student Adviser que me recebeu) curou-me as ansiedades todas. Primeiro, porque também lá esteve! Segundo, porque me tirou todas as dúvidas ao pormenor.

 

Dinheiros? O governo britânico financia as propinas de um ano zero, licenciatura ou mestrado para qualquer jovem europeu. (Mas atenção que, por conta do Brexit, este ano letivo 2019/20 pode ser o último ano de financiamento). Por isso, se têm um filho que está no 12º ano ou a terminar a licenciatura, pode ser uma boa escolha aproveitar esta oportunidade enquanto existe.

 

Onde? Vimos quais as melhores regiões e cidades no Reino Unido, bem como as universidades com os cursos mais interessantes (e de forma realista, que possam aceitar a candidatura).

 

Estratégias calmantes para pais ansiosos? Existem workshops onde os miúdos, ainda em Portugal, conhecem outros que vão viver a mesma experiência. Num enorme evento anual conhecem todos os estudantes que vão viajar na mesma época e em especial os colegas de universidade e curso. Uma aplicação em que podem estar sempre em contacto.

 

Se a angústia de mãe vai voltar porque um filho quer ir estudar para fora? Claro! Mas se piorar muito vou com ele. Brincadeira!

11 comentários em “Angústias: “Mãe quero ir estudar para fora!””

  1. Também tenho o meu filho a estudar fora através da OK estudante. É um misto de sentimentos. Alegria e tristeza. Mas com a certeza de o apoiar sempre e querer o melhor para a sua vida. Bem haja a todas as mães.

  2. Estou muito satisfeita e feliz por ter deixado o meu filho ir estudar no Reino Unido. Tenho as minhas preocupações, mas nunca excitei. Vejo o meu filho feliz e realizado

  3. Ai Catarina,
    O meu foi Erasmus, Mestrado, agora Doutoramento, namorada lá e de lá. Vem no Natal, Verão às vezes… e como se lida com isto?
    Com lágrimas nos olhos a ler o teu post. Mas temos de os deixar voar e esperar que sejam sempre felizes.
    Vai correr bem!

  4. Ola Catarina
    Eu tenho uma filha que vai este ano, em setembro para o Reino Unido. Os medos e as incertezas são tantos. É logico que a vou deixar ir, mas o medo é tanto. As dúvidas, a distância, o não poder estar lá quando for preciso. É um turbilhão de emoções.

  5. Maria diabinho

    Eu tmb tenho o meu pequeno que quer ir para Inglaterra, eu estou apavorada com a ideia porque se acontece algo não estamos na porta ao lado para lhe acudir. Visto ser um rapaz muito simples sem maldade nenhuma dai o meu pavor ….

  6. Ola!
    Eu fui essa adolescente. Já lá vão mais de 20 anos, os erasmus não era frequentes e em Portugal os jovens ainda ficavam em casa dos pais. Eu la fui. Para os Estados Unidos. Nada de Erasmus. Eu fui estudar para lá, nunca me matriculei em Portugal. Os meus irmãos fizeram o mesmo. Foi a melhor coisa que fiz na vida. O castelo que construí na vida é graças a ter ido para fora.
    Os meus pais cedo viram/nos felizes, realizados, vidas estáveis e boas. Viajam entre vários continentes para estar com os filhos e netos. Netos esses, inter raciais, muito mistos, nativos de hemisférios e culturas diferentes, com uma riqueza cultural infindável.
    Não é ter uma casa, mas duas ou três. Pertencer a vários lugares. Ser feliz onde está o coração. Deixar um pouco de nós em vários lugares, e trazer muito, muito de cada sítio no nosso coração, na nossa identidade, no nosso sucesso.
    A vida é fantástica, se abrirmos os braços à novidade.

    Coragem, e boa Viagem!

    Ana

  7. Pingback: Gonçalo. Um post sobre saudades e um beijo de até já

    1. Olá,

      O meu filho está a iniciar a Universidade de Shefield e eu sempre o incentivei a ir, uma vez que era o seu desejo. Mas este último mês tem sido um bocado difícil, a integração complicada e o inglês com sotaque, um verdadeiro desafio. Continuo com esperança que melhore, mas sinceramente para mim tem sido uma luta interna. Por um lado quero dar-lhe força e acreditar que todas as fases de crescimento têm o seu grau de dificuldade e não se deve desistir, mas por outro ouvir a sua voz de desanimo, deixa-me em baixo.

      Enfim se tudo melhora, ele também dará a volta, mas tem sido um caminho.

      Obrigada pela partilha,

      Marisol

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