Faz hoje três anos que rumei a Espanha numa carrinha de 9 lugares.
Faz hoje três anos que comi os piores caracóis da minha vida, numa tasca algures perdida em Cadiz, com uma casa de banho sufucientemente grande para saltar de alegria ao ver aqueles tracinhos vermelhos.
Faz hoje três anos que soube que estava grávida.
Hoje, como há três anos atrás, amo-te por me teres dito que era o dia mais feliz da tua vida. Porque também era na minha.
Amo-te por seres pai do meu filho.
Amo-te porque ele não é meu, é nosso.
E choro porque nem sempre a vida é como imaginamos. Choro por o pai do meu filho não ser o homem da minha vida.
Choro por todas as palavras que se dizem e não se pensam.
Tenho-te na minha vida, como o D que gravei na minha pele. Para sempre.
Hoje, como há três anos atrás, naquela avenidade colado ao mar, de onde se consegue ver Marrocos, queria abraçar-te e dizer-te o quanto és importante na minha vida.
E choro porque nem sempre a vida é como imaginamos. E aceito que o pai do meu filho não é o homem da minha vida.
Faz hoje três anos que soube que estava grávida.
Odeio(leia-se amo) estes momentos insanes de tão lúcidos (claro tendo a capacidade de expressá-los em palavras!).
Triste, lúcido e bom.