Revie Jane

Revie Jane. Uma história como a minha (como tantas)

Eu sei que o Verão acabou e as fotos em biquini diminuíram drasticamente no feed dos nosso Instagram . As miúdas com corpos perfeitos continuam no ginásio mas vê-se menos. No entanto é sempre Verão algures neste mundo. Eu já fui quase todas as personagens nesta telenovela da relação com o corpo: nem liguei, emagreci e fiquei focadíssima, passei de focada a obcecada, já sofri por engordar, escondi por estar mais gorda. Actualmente sinto-me num equilíbrio: preciso do treino para me sentir bem, como saudável mas também faço (muitas) asneiras. Não estou magra, não gosto de todas as fotografias mas, quase sempre, estou em paz e sinto-me bem com o meu corpo. Devido à minha luta sinto-me que  fico sempre muito solidária com histórias como a da Revie Jane.

Revie Jane, vive na Austrália, era (não sei se ainda é) dona de uma box de Cross Fit só para mulheres. Tem duas filhas pequenas, com pouca diferença. Acompanho-a há alguns anos. Já esteve super fit, fez uma barriga enorme da primeira gravidez, demorou a recuperar e ficou grávida outra vez. Hoje em dia não está magra (como já esteve) e vive essa luta: entre amar o corpo e detestá-lo.

Há uns tempos escrevi esta carta para a Carolina. Mas poderia ter escrito para a Revie (ou para qualquer outra mulher que sabe do que estão falar)…

(…) uma gravidez esfrangalha o corpo e baralha a alma. olhamos ao espelho e não nos reconhecemos. e temos medo que o homem com que, por amor, fizemos este novo amor olhe para nós e também não nos reconheça. queremos ser o melhor do mundo no nosso mundo. e sentimos tantas vezes que não chegamos.

ser mulher é duro. aliás ser mulher pode ser mesmo muito duro. e ontem quando vi este post da Carolina quis dar-lhe um abraço e pedir-lhe desculpa. porque eu também saí da maternidade a desejar que a barriga já não fosse barriga, porque eu também fico zangada comigo quando estou exausta, como demais, e depois se fico gorda? porque eu também cedo tantas vezes à pressão daquilo que os outros vão dizer, daquilo que parece bem. quis pedir desculpa pelas vezes em que apago as minhas fotografias porque “estou feia”, “estou velha”, “estou cansada”.

porque é este desejo de perfeição irreal que nos pressiona umas às outras para sermos tudo quando só temos força para sermos mães – e às vezes nem isso.

 

 

3 comentários em “Revie Jane. Uma história como a minha (como tantas)”

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  2. Tenho para mim que um homem gosta mais de uma mulher segura de si e que o ame, do que propriamente uma mulher que tenha como principal objectivo de vida a busca do corpo perfeito. Mas claro, é só a minha opinião..
    A Reviejane parece-me muito feliz com a sua filhota.
    http://blogdaruterata.blogspot.com

  3. Pingback: Achei que estava grande , foi o que pensei quando vi a fotografia

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