Arriscaria dizer que um terço dos posts deste blog fazem referência ao cheiro dos meus filhos. Sou uma pessoa de olfacto. Desde sempre.
Em miúda, quando chamava os meus pais a meio da noite, mantinha os olhos fechados e sabia quem tinha vindo pelo cheiro. Nas férias de verão, em casa dos meus avós, dormia abraçada aos pijama dos meus pais que vinha passar o fim-de-semana de 15 em 15 dias. Usei o mesmo perfume toda a adolescência, era o meu cheiro. Sou uma pessoa de olfacto. Do cheiro da pele. Da vontade da barba do Pedro. De perfumes que pertencem a pessoas. Mas também do cheiro a torradas com manteiga, da comida da minha mãe, do refogado da Matilde.
Ainda hoje se há coisa capaz de acalmar a pior das ansiedades é o cheiro do colo da minha mãe.
Depois há o cheiro dos meus filhos. Esse mundo de amor. Essa paz. Todos diferentes. O Gonçalo que cheirava a bolachas, sempre tão doce. O Afonso que cheira à força que tem, menos doce, mais profundo. A minha menina, que cheira a leite e a verão.
E apesar da MAGG ter escolhido uma frase ligeiramente mórbida em que assumo que isto de perceber quais os filhos que não são nossos serve para casos de catástrofe natural, adorei fazer este vídeo (vejam porque é maravilhoso). Adorei perceber a força disto do cheiro dos filhos.
É aquilo que me dá força no cansaço: cheirar os meus filhos. Sejam recém nascidos ou adolescentes. O cheiro, o cheiro dos nossos filhos, está sempre lá.
Esta experiência soa-me familiar… Uma pena que as revistas portuguesas tenham muito pouca originalidade e se limitem a copiar coisas que viram em sites estrangeiros.
A minha filha já é adolescente mas às vezes sem ela dar por isso e disfarçadamente cheiro-lhe o cabelo, poruqe nesta idade se a identificasse seria pelo perfume que usa:)