Vou ver-te. Dormes com a tranquilidade que te invejo. Encho-te de beijos. Não acordas. Repito-te o quanto te amo. Amor da vida da mãe. Estrafego-te em mimos. Abraço-te com força. Não acordas. Cheiro-te. Neste gesto repetido desde o dia em que te conheci. Cheiras a bolachas. Protesto contra a necessidades destes exercícos de independência. Queria mesmo deitar-me contigo e adormecer com a minha mão direita pousada nas tuas costas. Fazer da tua respiração a minha canção de embalar.
“há objectos especiais. quando o meu pai morreu e a minha mãe mudou de casa pedi-lhe que me desse a cadeira de baloiço. fui embalada aqui, no mesmo lugar onde embalei o Gonçalo, enquanto a minha mãe ainda chorava todos os dias. enquanto chorávamos as duas a morte do meu pai. embalo a Maria Luiza e penso como o meu pai pegaria na sua neta. sei que queria que fosse Luísa. sei que a embalaria nesta cadeira com a serenidade que tinha apenas para mim. há objectos especiais. enquanto embalo a Maria Luiza nesta cadeira consigo que todas as memórias doces a embalem também.”
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