O que marcou o ano de 2015? Acreditar que é possível inspirar outras pessoas para serem mais felizes. Quando, pela primeira vez, me disseram que era uma “inspiração” pensei que não merecia tanto. Mas, quando percebi que isso podia ser importante para outras pessoas, quando comecei a receber e-mails com a história de outras mulheres que passaram a acreditar que era possível, aceitei a palavra “inspiração”. E decidi procurar outras pessoas que nos fazem acreditar que mudar de vida e ser mais feliz vale a pena. Já passou mais de um ano desta que tivemos esta conversa com a Ana Knapic. Está cada dia mais bonita.
Venha 2016, com este “movimento pelo qual se leva o ar aos pulmões, ideia ou pensamento que surge de repente, insinuação, conselho”.
Um obrigada especial à Mariana Barbosa e ao Pau Storch que assumiram comigo esta missão de dar a conhecer pessoas inspiradoras.
Foi no dia em que foi pedida em casamento que Ana decidiu: não queria casar obesa. Para isso, teria que fazer a balança baixar os 96,6 Kg que registava em 2012. Com tempo até à data – ainda por marcar – Ana Knapic, decidiu procurar ajuda e não descansou enquanto não conseguiu pedir a uma amiga nutricionista que a atendesse sem pagar, já que, nessa época, ela ainda não trabalhava.
As memórias aparecem dispersas. Nota-se que é a falar do presente que se sente melhor. Afinal, sente-se mais leve: quatro anos depois do início da dieta pesa 63 Kg. Menos 33 do que eu 2010. “Não quis perder muito peso de uma vez, mas ir perdendo gradualmente”, explica.
A primeira vez que Ana diz “obesa” diz muito baixinho mas, sempre que repete a palavra di-la mais alto e chega a sorrir. Não é sisuda. Parece refilona, persistente. “Sempre fui cheinha mas foi quando entrei para o curso de Cinema que comecei a engordar muito. Quando comecei a namorar íamos muitas vezes de fim-de-semana para Sagres e só comia porcarias. Comecei a engordar, a engordar”.
O aumento de peso coincidiu com a altura em que passou a ter menos tempo para fazer desporto. Quando era miúda jogava futebol, depois começou a fazer surf. Quando entrou para Cinema o tempo livre começou a escassear mas Ana nunca deixou de se mexer e garante que foi através do pai – que nunca teve carro – que começou a gostar de fazer longas caminhadas.
“Não há nenhum momento que eu diga que tenha sido difícil. Foi tudo fácil. Eu meti na cabeça que tinha que emagrecer e não descanso enquanto não atingir o objectivo. Quis aprender a comer, queria fazer tudo bem: tornei-me ovo-lacto-vegetariana. Comecei a gostar de coisas em que nem sequer tocava antes de fazer dieta”. Entretanto, os hábitos mudaram. Começou a comer mais vegetais e a nutricionista aconselhou-a a voltar a comer peixe.
Outra coisa que mudou foi a relação com a balança: Ana pesa-se todos os dias – “É ali que eu me controlo”, confessa -, e tem muita atenção à alimentação e aos efeitos que as coisas que come diariamente têm no seu corpo; trata por tu o gengibre e a canela, aceleradores de metabolismo que a acompanham diariamente, e já não sustém a respiração quando, em qualquer manhã, o peso aumenta dois quilos em relação ao dia anterior. “Já sei que é retenção de líquidos e começo logo a contrariar”, diz. No entanto, nunca dispensa os dois quadradinhos de chocolate negro depois do jantar.
No dia em que Ana começou a dieta, a mãe, cozinheira e perita em petiscos, não acreditou. “Eu não comia muitas porcarias mas comia a más horas. Não tinha horários”, conta. A dieta fez Ana aprender a comer melhor mas, sobretudo, ensinou-lhe que o essencial é a disciplina: horários, horários, horários. De casa, todos os dias, leva a lancheira com a comida para todas as refeições. Nos jantares de amigos e festas de família há quem prepare pratos especiais, porque há mesmo alimentos que Ana nunca mais comeu e asneiras que não vai voltar a repetir. E no fim do mês, o orçamento da casa sai muito beneficiado graças à dieta: Ana planeia e pensa mais nas compras.
Mas nem todos os dias são bons. “Há dias em que eu choro. Porque, por mais que eu tenha emagrecido, há sempre uma pergunta: porque é que eu não sou como aquelas mulheres que podem comer tudo e não engordam?”, questiona. No entanto, sabe que fez uma caminhada. “É muito bom passar de um 46 para um 36. É um drama bom. Mas às vezes não me sinto eu neste corpo que veste um S ou um 36.” Do corpo antigo, resta quase nada. Ana guardou apenas umas calças 46 e sorri quando lhe pergunto porquê. Se encontrar a Ana às compras de roupa já sabe que ela é a miúda loura que leva para o provador uma camisola S, outra M e ainda uma terceira L. E não se importa. Já passou.
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2012 |
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2012 |
Os cinco essenciais da dieta da Ana
- Tenha sempre uma marmita atrás: ajuda a controlar o que se come e evita erros.
- Faça as compras para a semana: é uma forma de controlar gastos e de comer os alimentos o mais frescos possível.
- Cumpra os horários: a rotina é fundamental para cumprir os objectivos.
- Seja radical: estrele os ovos em água, cozinhe com gengibre e limão, seja exigente nos processos.
- Faça exercício físico: caminhadas, ginásio e tudo o que puder.
entrevista: Mariana Barbosa
Movimento pelo qual se leva o ar aos pulmões;
Ideia ou pensamento que surge de repente; estro.
Insinuação, conselho.
Coisa inspirada.
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
2015 foi, também, o meu ano. De um 44 passei a um 38. Comecei a fazer aulas de ballet. Comecei a fazer treinos regulares. Semalguma vez na vida imaginei que isto acontecesse? Nunca! Foi preciso entrar nos “entas” para semdar o click e fazer a mudança. Agora estou a trabalhar o corpo, pois com esta idade é mais difícil recuperar…fica tudo mais flácido 🙂
Obrigada pela inspiração!!!
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