[carro, ter ou não ter? usar ou não usar?]

Hoje é o Dia Europeu sem Carros. E eu aproveito a ocasião para vos confessar mais uns quantos hábitos que têm tanto de irritante como de eficiente.

Eu tenho um carro – pequeno e a gasolina, bastante negociado e comprado de acordo com o orçamento que um pronto pagamento me possibilitava. Cresci acreditando que comprar um carro (assim como comprar uma casa, mas isso é outra conversa) era um objetivo importante, mas tenho cada vez mais dúvidas sobre a real utilidade de ser proprietária do dito.

Um carro é um objecto caro e de desvalorização imediata. Um carro próprio envolve custos fixos igualmente caros: impostos e mais impostos, revisões obrigatórias e arranjos não programados.
Estas são as razões porque muitas vezes faço contas e pondero a hipótese de não ter carro e alugar um para alguma viagem grande em que não compense optar por transportes públicos. Quando chegar o momento de trocar de carro voltarei a pensar nisto para tomar uma decisão.

Neste momento, tendo carro, a poupança está na sua utilização, ou na decisão de o deixar parado. O problema não está no desgaste do veículo mas nos custos do combustível e do estacionamento.
Sempre que possível o carro fica parado e ando a pé. Faço muitos quilómetros a pé e tento viver a cidade exactamente da mesma forma que faço com todas as cidades que visito enquanto turista. Uso os transportes públicos quando o tempo (meteorológico) assim obriga. E utilizo o táxi se estiver atrasada (deste vez quem manda é o tempo do relógio) e, feitas as contas, ir de carro e pagar estacionamento ficar mais caro.

As minhas viagens de carro são planeadas para fazer o máximos de coisas possíveis naquele percurso: se quiser visitar uma amiga em São Domingos de Rana, aproveito para marcar uma reunião que está pendente e é em Oeiras, ou parar naquele supermercado que nunca fica em caminho. Dou boleias e aceito boleias, quase sempre contra o pagamento das portagens envolvidas no percurso. Tenho, em conjunto com os outros pais da escola onde o meu filho mais velho está, um sistema de “transporte escolar” recebido numa escala que recebemos todos os domingos à noite: cada pai ou mãe tem sempre o carro cheio e faz recolhas e entregas ao domicilio.

Racionalizar os custos é positivo, já o hábito de estacionar no lugar mais perto da entrada e da saída de cada parque de estacionamento para poupar na gasolina, pode ser considerado irritante.

3 comentários em “[carro, ter ou não ter? usar ou não usar?]”

  1. tenho carro, não poderia viver de outra forma tendo em conta as facilidades de transportes públicos que ainda aqui não chegaram
    dou boleias (muitas vezes a troco de muito obrigada mas não fico mais pobre por isso) continuo a andar muito a pé, nesta pequena cidade chega-se a todo o lado num instante e também tenho o irritante(?) hábito de deixar o carro sempre perto da saída/entrada evitando assim as três voltas ao parque de estacionamento para parquear no mesmo sitio (e sim, enerva-me quem tem de levar o carro até à porta do supermercado)
    na praia o carro fica longe, sempre longe evitando a procura (quase em vão) de estacionamento e o bem que faz caminhar, antes (da praia) lado a lado com a ansiedade de lá chegar, depois (da praia) com o gelado, a bola de berlim, a conversa, os planos ou as brincadeiras de final do dia, e com a mais valia de que, quanto mais se andar a pé até ao carro mais areia se larga pelo caminho, menos trabalho a limpar

  2. E o stress que é andar de carro? Tira-me anos de vida!! Se há dias em que penso "quem me dera só andar de transportes" (Ainda para mais posso ler!), há outras alturas em que adoro o meu carrinho, principalmente quando está mau tempo..andar à chuva de transportes é um terror e uma confusão. De facto, não me consigo decidir pelo melhor, mas em passeio, andar a pé sempre, adoro, mas na correria do dia a dia é mesmo impossível (para mim é mesmo, que tenho 2 trabalhos e em meia hora tenho que ir de Tercena à Avenida 5 de Outubro, todos os dias!)

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