Eu tenho um carro – pequeno e a gasolina, bastante negociado e comprado de acordo com o orçamento que um pronto pagamento me possibilitava. Cresci acreditando que comprar um carro (assim como comprar uma casa, mas isso é outra conversa) era um objetivo importante, mas tenho cada vez mais dúvidas sobre a real utilidade de ser proprietária do dito.
Um carro é um objecto caro e de desvalorização imediata. Um carro próprio envolve custos fixos igualmente caros: impostos e mais impostos, revisões obrigatórias e arranjos não programados.
Estas são as razões porque muitas vezes faço contas e pondero a hipótese de não ter carro e alugar um para alguma viagem grande em que não compense optar por transportes públicos. Quando chegar o momento de trocar de carro voltarei a pensar nisto para tomar uma decisão.
Neste momento, tendo carro, a poupança está na sua utilização, ou na decisão de o deixar parado. O problema não está no desgaste do veículo mas nos custos do combustível e do estacionamento.
Sempre que possível o carro fica parado e ando a pé. Faço muitos quilómetros a pé e tento viver a cidade exactamente da mesma forma que faço com todas as cidades que visito enquanto turista. Uso os transportes públicos quando o tempo (meteorológico) assim obriga. E utilizo o táxi se estiver atrasada (deste vez quem manda é o tempo do relógio) e, feitas as contas, ir de carro e pagar estacionamento ficar mais caro.
As minhas viagens de carro são planeadas para fazer o máximos de coisas possíveis naquele percurso: se quiser visitar uma amiga em São Domingos de Rana, aproveito para marcar uma reunião que está pendente e é em Oeiras, ou parar naquele supermercado que nunca fica em caminho. Dou boleias e aceito boleias, quase sempre contra o pagamento das portagens envolvidas no percurso. Tenho, em conjunto com os outros pais da escola onde o meu filho mais velho está, um sistema de “transporte escolar” recebido numa escala que recebemos todos os domingos à noite: cada pai ou mãe tem sempre o carro cheio e faz recolhas e entregas ao domicilio.
Racionalizar os custos é positivo, já o hábito de estacionar no lugar mais perto da entrada e da saída de cada parque de estacionamento para poupar na gasolina, pode ser considerado irritante.
tenho carro, não poderia viver de outra forma tendo em conta as facilidades de transportes públicos que ainda aqui não chegaram
dou boleias (muitas vezes a troco de muito obrigada mas não fico mais pobre por isso) continuo a andar muito a pé, nesta pequena cidade chega-se a todo o lado num instante e também tenho o irritante(?) hábito de deixar o carro sempre perto da saída/entrada evitando assim as três voltas ao parque de estacionamento para parquear no mesmo sitio (e sim, enerva-me quem tem de levar o carro até à porta do supermercado)
na praia o carro fica longe, sempre longe evitando a procura (quase em vão) de estacionamento e o bem que faz caminhar, antes (da praia) lado a lado com a ansiedade de lá chegar, depois (da praia) com o gelado, a bola de berlim, a conversa, os planos ou as brincadeiras de final do dia, e com a mais valia de que, quanto mais se andar a pé até ao carro mais areia se larga pelo caminho, menos trabalho a limpar
E o stress que é andar de carro? Tira-me anos de vida!! Se há dias em que penso "quem me dera só andar de transportes" (Ainda para mais posso ler!), há outras alturas em que adoro o meu carrinho, principalmente quando está mau tempo..andar à chuva de transportes é um terror e uma confusão. De facto, não me consigo decidir pelo melhor, mas em passeio, andar a pé sempre, adoro, mas na correria do dia a dia é mesmo impossível (para mim é mesmo, que tenho 2 trabalhos e em meia hora tenho que ir de Tercena à Avenida 5 de Outubro, todos os dias!)
Tenho sorte que vivo a 15 minutos a pé do trabalho…