há quem diga que sofro de um distúrbio que me impede de assumir a idade que tenho. é mentira. eu sei que tenho 40 anos. mas também sei as saudades que guardo de tudo aquilo que podemos sentir quando somos adolescentes. digo e repito que serei sempre adolescente. assim como quando amo-te era mesmo amo-te com sabor de ir ao fim do mundo e voltar. ainda é.
hoje enquanto organizava o blog – que nunca deixará de ser o meu diário – encontrei este post. tem exactamente oito anos. voltei ao blog que encontrei nesse dia.
lembro-me de ter estado perdida a ler e a invejar aquele pedaço de adolescência. a Marta cresceu mas continua linda. e eu conto adormecer nos próximos dias a descobrir aquilo que não li nos últimos anos.
morro – mas morro mesmo um bocadinho, mas só um bocadinho – de saudades de ser adolescente. falta-me a fluidez das palavras no tempo em que todos os minutos são poesia. tenho saudades do tempo em que morrer de amor era um sofrimento literário e não uma angústia castradora. tenho saudades do tempo. porque falta viver a vida toda quando se é adolescente. porque existe uma beleza infinita quando a ingenuidade ainda é só ingenuidade mas a vida já sabe a vida-a-sério.
tenho saudades de ter saudades-adolescentes. queria voltar a escrever declarações de amor eterno nas calças que nunca lavei. e levantar-me às seis da manhã para secar a minha camisa aos quadrados porque morreria – e morria mesmo um bocadinho – se não vestisse exactamente aquela camisa. tenho saudades do cheiro da adolescência: cheira a imperiais e pastilhas de canela. e morro – morro mesmo um bocadinho – de saudades quando amo-te era mesmo amo-te e sabia a ir ao fim do mundo e voltar.
i wish that we were magic
so we wouldn’t be so young and tragic
É nestas alturas que me (re)lembro o quanto gosto de ti e apetece-me mandar-te um bilhete na sala de aula a pedir para que sejas a minha amiga e perguntar se me vais fazer companhia quando for "ao cantinho" fumar um cigarro. Depois, quando formos comer um gelado à baixa, logo depois do jantar, pedir-te-ia a blusa emprestada, aquela com decote de renda. Tu ficas com o Pedro e eu fico com o João. (as botas não quero, poupa-me)
o amor da minha adolescência chamava-se Nuno. cheirava a tabaco e champoo johnson – daquele amarelo.
nunca mais o vi…
O meu chamava-se Rui (é… tenho queda para ruis), parecia o Bryan Adams e tinha ar de perdido. Vi-o há pouco tempo no facebook. Digamos que há quem melhore com a idade e há quem não. Definitivamente ele não 😀
(vou-me embora. Tenho um almoço com uma pessoa adorável)
E, nem sei bem porquê, mas as lágrimas correram-me com a mesma facilidade de quando era adolescente enquanto te lia…
Para logo de seguida dar por mim a esboçar um sorriso. 🙂
Saudades, tantas…
***
Também eu tenho tantas saudades deste "amo-te". Cada vez mais. Cada vez mais penso que nunca mais o irei ouvir 🙁
Um beijo
Também gostei muito de ter descoberto esse blog!
Impecável! emuito boas as fotos.
gostei muito de ler o teu blog. vou aparecendo 🙂 *
http://bolasdesabaonuvensdealgodao.blogs.sapo.pt/
Likewise…
És Linda.
(:
(queria dizer mais alguma coisa, mas…)
Este sábado faço 31 anos e sinto saudades de ser adolescente… Da forma leve como encarava a vida…
Da escola, dos amigos, das saídas, das noites de copos, da despreocupação com que levava a vida…
Os amigos da adolescência mantêm-se nos dias de hoje, mas com outras responsabilidades: maridos/mulheres, filhos, trabalho, cuidar dos pais…
Tenho muita sorte. Odiei a minha adolescência. Que período mais horrível da minha vida. Zero saudades. Evito voltar lá.
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