O corpo e o pós-parto. Calma e carinho

Nós, mulheres, temos alguns fantasmas. É o que dá ter a capacidade funcionar com sete cérebros ao mesmo tempo. E sim, isto é uma coisa de mulheres. Um desses fantasmas é o corpo no pós-parto. Medos, inseguranças, dúvidas e exemplos a seguir, cheios de dicas e fórmulas milagrosas.

Vamos lá falar a verdade: não é fácil. Nunca ninguém disse que ia ser. E sim, mesmo se formos a Rita Pereira, que ao quarto dia pós-parto dança em direto na televisão. Tem a capacidade física mas emocionalmente pode estar tão destrambelhada como qualquer outra mãe. Ou não. Ou está melhor. Ou pior. Quatro vezes pior. Está o que ela estiver e, adivinhem – tudo ok com isso. Somos todas diferentes, todas temos pós-partos diferentes e temos algo estupidamente bonito em comum: somos mães.

E se de um lado temos a Rita Pereira, do outro surjo eu, por exemplo. Eu, que no mesmo quarto dia de pós-parto que a Rita Pereira, conquistei um feito histórico: fiz cocó. Foi o meu feito histórico. Porque é isto que todas devemos sentir. Trata-se do nosso corpo, do nosso tempo, da nossa capacidade e das nossas medalhas de ouro.

É preciso normalizar o corpo e os tempos. Respeitar o cansaço e não ser exigente. Aquilo com que nos comparamos diariamente no instagram (e não vale a pena dizerem que não a vocês mesmas; estamo-nos constantemente a comparar com as mulheres perfeitas que seguimos no instagram) tem uma forte probabilidade de não ser normal. De não ser verdade. De ser filtrado, alterado, aprimorado, melhorado.

Quando partilhei a minha fotografia de pós-parto no instagram, recebi mensagens de mães recentes e ansiosas por recuperarem a forma. Não fiquem. Não queiram ter o mesmo timing que eu! É possível voltar ao “normal” (voltamos à palavra)? Claro! Normal mas diferente. Se demora tempo? Claro. Eternidades, às vezes.

Aceitar e forma serena é metade do caminho para nos sentirmos bem.

Eu sei. As hormonas lixam isto tudo. Mas sabem o que acalma essas doidas? O carinho. A calma. Respeitar o que o corpo pede numa tentativa permanente de lhe relembrar aquilo que é realmente importante. A paz. E desenganem-se se acham que é só a mãe que precisa de carinho. O recém-nascido precisa de toneladas dele! Os pais, igualmente. Os filhos já existentes também. Depois de um parto, isso é o mais importante. Muito mais do que a corrida ao corpo ideal! Por isso parem. Parem e fiquem só a olhar. Para o novo amor, para o que já existia, para o que vos acabou de acontecer. Mimem. Conversem. Fiquem só ali. O corpo pode esperar. Aqueles momentos não (nem mesmo se tirarem uma fotografia!).

Este post sobre o corpo e o pós-parto foi publicado na newsletter da Gold Nutrition.

E para descontrair, os maiores mitos sobre a maternidade neste post.

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