Se há coisa que a vida insiste em ensinar todos os dias, é de que nada é certo, nada é o óbvio, nada é adquirido. O mesmo acontece em questões de parentalidade, onde até o amor pode não ser óbvio.
Excepções à parte: é óbvio que os pais amam os filhos? É óbvio. É óbvio que os filhos amam os pais? É óbvio.
O que pode não ser óbvio é que essa mesma mensagem chegue aos destinatários dessa forma tão clara. Será que os nossos filhos têm a certeza que nós os amamos? O que fazemos, ou podemos fazer, para lhes criar essa certeza? E, já agora, para que é que ela é precisa?
A questão passa por saber transmitir os sentimentos da forma certa. Entenda-se por forma certa aquela que é a mais adequada a cada filho (é verdade, não sentem todos da mesma forma, não têm todos as mesmas preferências).
É sobre isto e não só que nos fala Laura Sanches no seu livro “Amar Não Basta”.
Um livro sobre o entendimento, sobre relações, sobre amor e sobre a complexidade de criar seres humanos. O que é uma birra não mais do que um ser humano, ainda sem a capacidade de se exprimir por palavras, a manifestar a frustração sobre algo? O que devemos nós fazer nessas situações? Laura esclarece – não há metodologia certa. O abraço que resolve a minha filha, não resulta no meu filho. Uma coisa não deve faltar – colo. O nosso colo é o primeiro país que habitam; é casa. E é em casa que se constroem os fortes dos adultos confiantes. Olhar para os nossos filhos além do bebé e seus pressupostos; agir em conformidade, longe da aceitação dos outros. Entender. É isso que a Laura nos ajuda a fazer. Se vale a pena ter este livro na cabeceira? Muito, muito, muito.
Vale a pena ler a parte em que a autora diz que as mães que, por qualquer razão, não querem amamentar não são normais ignorando completamente que as mães são todas diferentes e que a sanidade da mãe é extremamente importante para o bem-estar do bebé e pode passar por esta não amamentar. Ou as partes em que a autora diz que “os estudos mostram” mas nunca diz QUAIS são exactamente os estudos que mostram. E é psicóloga. Enfim, gosto muito da Catarina mas achei o texto de amamentação desse livro revoltante e de uma incompetência gritante e a partir daí, recuso-me a ouvir qualquer outra coisa que essa “psicóloga” tenha para dizer.
Cara Inês,
se tivesse lido o livro saberia que eu nunca disse tal coisa. Apenas defendo que esta não é uma questão puramente racional e que há um instinto básico que também precisa de ser considerado. Na verdade digo também no livro que, se a mãe não estiver bem com a amamentação o biberão, é claro, será mesmo a melhor forma de se ligar ao seu filho. Em relação aos estudos este não é um livro académico por isso não cito pesquisas específicas, para facilitar a leitura. Cito as minhas fontes e referências principais sempre que julgo importante fazê-lo mas este não é um livro de investigação. E as pessoas têm noção que todas as ideias defendidas e apresentadas são a minha opinião, uma opinião bem fundamentada e estruturada com base em tudo o que vou lendo e estudando mas continua a ser uma opinião, claro. Até porque em ciência existem muito poucos factos indiscutíveis e não acredito em verdades absolutas.
Aproveito também este comentário para agradecer à Catarina com quem gostei muito de conversar e para lhe agradecer a coragem para defender temas
Tem toda razão Inês! Mas lá está é psicóloga… não psiquiatra… é um mundo de diferença!
Eu sei que o meu sabe. Pois quando brinco com ele e digo que já não gosto dele, responde logo: tu amas-me para sempre!
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Cara Inês,
Se tivesse lido o livro saberia que eu nunca disse que as mães que não querem amamentar não são normais, como diz. Digo apenas que este é um acto instintivo natural e não apenas uma decisão racional. Mas também digo que amamentar só faz sentido quando a mãe está confortável com isso, é claro. E que, quando não está, o biberão poderá ser mesmo a melhor forma de se ligar ao seu bebé.
Em relação aos estudos, este não é um livro académico, por isso eles não são referenciados, para facilitar a leitura. Mas faço referência às minhas fontes e autores que me influenciaram sempre que julgo adequado. De resto claro que os leitores sabem que estão a ler a minha interpretação e opinião, que apesar de ser fundamentada e estruturada através de tudo o que leio e estudo, não deixa de ser uma opinião. Nunca disse que este era um livro de investigação.
Aproveito este comentário para agradecer as palavras simpáticas da Catarina Beato com quem gostei muito de conversar e a sua coragem por defender temas ainda tão mal compreendidos como este da amamentação.
Laura
Cara Inês,
se tivesse lido o livro saberia que eu nunca disse tal coisa. Apenas defendo que esta não é uma decisão puramente racional e que há um instinto que precisa de ser tido em conta. Em relação aos estudos, este não é um livro académico por isso não cito todos os estudos e investigações, para facilitar a leitura. Cito as minhas fontes e faço referência a todos os autores que acho importantes mas este não é um livro de investigação. E creio que as pessoas compreendem que tudo o que é defendido e explicado é a minha opinião, é claro. Uma opinião fundamentada e estruturada com base em tudo o vou lendo e estudando mas não deixa de ser uma opinião. Até porque em ciência existem poucos factos indiscutíveis e não acredito em verdades absolutas.
Aproveito também este comentário para agradecer à Catarina com quem gostei muito de conversar e para lhe reconhecer a coragem por defender temas que tantas vezes se tornam polémico como este da amamentação.
Laura
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