Todos precisamos de amor, todos precisamos de carinho, atenção e dedicação. Bolby já mostrou, nas suas experiências de vinculação, a importância e o peso que os afetos têm: o seu macaquinho alimentava-se numa mãe feita em arame, mas corria sempre para os braços da mãe felpuda em busca de conforto. As primeiras ligações que estabelecemos são com os nossos pais e estas são primordiais para a forma como, no futuro, damos e recebemos amor.
Um dos maiores desafios numa relação romântica é, de facto, conseguir manter e fazer durar o amor. Apesar de não existirem receitas infalíveis, há ingredientes fundamentais que nunca devemos ignorar. É precisamente sobre esses que vamos falar: vamos refletir sobre alguns comportamentos comuns que podem influenciar a duração do amor [quem sabe se não ajudam a melhorar e a tornar o seu amor para sempre].
1. Objetivos em comum: já todos ouvimos dizer que os opostos se atraem. A questão é: será que conseguimos manter uma relação com uma pessoa com quem não conseguimos definir metas? Olhar para o “mesmo futuro” é fundamental. Por isso questione-se: acha que com essa pessoa ao seu lado vai conseguir chegar onde deseja? Essa pessoa contribui para o seu sucesso? Quando não participa nos seus objetivos, apoia-o ou incentiva-o? Escute-se!
2. O meu, o teu e o nosso: a divisão do espaço na relação é muito importante. Devem existir coisas que fazemos juntos, mas cada um deve e tem direito a ter o seu espaço. Ignorar isto dá direito à perda de identidade e faz-nos viver no hemisfério do outro. Mantenha os seus interesses, cultive os vossos, mas não se esqueça – em nenhum momento – de si.
3. Respeito: se a relação fosse um bolo talvez o respeito fosse uma espécie de fermento. Sem este, dificilmente conseguirá uma relação saudável. A falta de respeito leva à violência, à mentira, a tudo o que de menos positivo pode existir entre as pessoas. Por tudo isto, exija-o e pratique-o.
4. Diálogo: parece muito simples, mas ter a capacidade [e não ter receio] para conversar sobre todas as questões é um dos grandes problemas entre casais. O silêncio é como as ervas daninhas. Por isso, não o cultive e não permita que os seus medos se transformem em verdadeiros pesadelos. Poucas coisas são piores do que a descontextualização das coisas e a manutenção do silêncio. Em vez de fazer filmes, converse e questione. E se o ingrediente anterior [o respeito] existir, poderá conseguir a verdade – que poderá ser bem diferente do que aquela que criou.
5. Sexo: não se engane – viver na mesma casa, casar e dormir todos os dias na mesma cama, não é sinónimo de mais sexo. Já investigações apontaram que, em relações mais longas, há uma diminuição na frequência sexual. Por isso, não se autoflagele se não fizer sexo todos os dias ou todas as semanas. Pior: não minta no caso de não ter atingido o orgasmo. Em determinadas alturas vai sentir mais desejo, mas noutras não. É assim e é normal.
6. Acreditar nos contos de fadas: muitas pessoas acreditam que o amor é para sempre, mas é preciso ter em conta que vão ser existir momentos de dúvida, de desalento e de confusão. Não existem relações perfeitas. Se souber isto, não vai querer bater com a porta à primeira discussão.
7. Não tolerar a violência: não há desculpa para qualquer violência na relação. Não a admita. Não há nenhuma relação feliz e saudável que sobreviva a isto.
8. Você está em primeiro lugar e o amor por si também: cultive a sua autoestima e reforce a sua confiança. Se estes dois últimos fatores existirem na dose certa, não vai sentir medo de sair de uma relação condenada, não vai ter medo de ficar sozinho e de não encontrar o caminho da felicidade. A felicidade está em cada um. O primeiro exercício é este: começar por se fazer feliz.
Sexóloga
|