Na apresentação de cada candidato foi possível vê-los nas suas casas, onde vivem com as suas famílias, a comer quantidades impressionantes de comida: bolachas, gelados com topping, bifes com natas, batatas fritas e outros petiscos doces e salgados altamente calóricas e processados. Falamos de famílias sem grandes possibilidades financeiras, avaliando pelas casas e pelas histórias de vida.
A primeira pergunta que fiz foi, quando vi o peso-pesado: porque é que os pais compram aquelas coisas? Porque é que os pais têm em casa, exactamente, os alimentos que estão a matar os filhos?
Mas, como mãe, também me questionei sobre a coragem que é necessária para não comprar a comida de que um filho mais gosta. Mesmo tendo consciência de que lhe está a fazer mal, conseguirá uma mãe não comprar comida?
Uma das mães desabafava: “Sempre que vamos ao supermercado gasto 200 euros”. Houve momento da minha vida em que contei os euros antes de ir às compras. Continuo a fazê-lo por uma questão de gestão de orçamento, que é limitado, mas com muito menos sufoco. Nessas limitações neguei-me a comprar as bolachas preferidas do G., que não seriam as mais baratas do supermercado – apenas em situações limite.
Acredito que aqueles pais, alguns também apenas por ignorância, não continuaram a comprar comida nada saudável aos filhos por maldade. Acredito que qualquer um daqueles pais faria tudo para evitar o sofrimento físico e psicológico a que os filhos estão sujeitos. E nas suas cabeças, e nos seus orçamentos, 50 euros no supermercados (consumidos em poucos dias) fazem sentido, mas 50euro mensais num ginásio já não faz.
É curioso pensar nas coisas que julgamos prioritárias no momento de usar um recurso limitado. E perceber incoerência entre ser mãe e negar comida.
Negar comida? Ou negar junk food (à falta de outra palavra que melhor descreva)? Acho que não se deve confundir. Negar bolachas, bolos, gelados e gomas numa base diária. Sim.
Queria tanto ver e não consegui.
Nunca me vi nesse ambiente. Bolachas eram as 'Maria' e bebida era água. Refrigerante muito raramente.
É impressionante a quantidade de dinheiro que as pessoas gastam em comida de plástico sem terem se calhar bem a noção que estão a prejudicar gravemente a saúde dos próprios filhos.
É preocupante…
Comecei a fazê-lo, conscientemente, há um ano atrás. A minha filha tinha 6 anos e comecei a explicar-lhe, calmamente, porque não podia comer Nutella, bolachas "ditas" para crianças, cereais super açucarados, ice tea, gomas, etc numa base diária. Chorou, resmungou muito, e depois percebeu. Consome, às vezes, e de modo controlado. O melhor mesmo é não ter em casa. E, no limite, não ir com as crianças às compras.
Dizer Não por vezes é um acto de amor.
Tambem vi o programa e comentei o mesmo…como é possível comprarem tanta coisa que lhes faz mal?
No entanto uma coisa é certa: é mais económico comer pizzas e bolachas de chocolate que vegetais e bolachas menos calóricas
Penso que se trata de reeducação alimentar e isso eles vão aprender ali e passar à Família
Gostei do programa e vou seguir
Há tempos vi um vídeo sobre um obeso a ter uma paragem cardíaca e a fazer um flashback da sua vida, de todos os momentos em que ficou no sofá, a comer bolachas e batatas fritas, até chegarmos ao ponto em que ele ainda era um bebé a e mãe lhe dava uma qualquer guloseima para ele se calar porque só assim ficava calmo. É uma generalização, mas esta coisa de "comer para acalmar" (rings a bell?) é algo que alimentamos e enfatizamos na vida, e se os pais cedem, mais facilmente também vamos ceder ao longo da vida.
Custa-me ver que os pais andam tão mal informados que não olham para o que fazem e que as opções que fazem estão a matar os filhos. Para mudar estes miúdos há que mudar as mentalidades dos pais e romper os tradicionalismos a que se prendem tantas vezes. Mudar os ritmos e alimentação da família toda. Não sei se eles percebem isso. E entristece-me.
Pensei exatamente a mesma coisa, e perguntei em voz alta: Mas quem é que compra estas coisas, são os miúdos ou são os pais?
Não tenho filhos e não sei como reagiria, mas acredito que a certa altura seja difícil de negar bolachas e comidas menos saudáveis a crianças que aparecem em casa a chorar porque os coleguinhas as insultaram na escola, porque lhes chamaram nomes, porque as roupas das lojas da moda não lhes servem. Porque quase todos eles admitiram que a comida os confortava e (ainda que momentaneamente) os fazia esquecer dos amargos da vida…
Ser mãe também é negar comida, se for isso que estiver a prejudicar um filho. E digo isto por experiência própria. A minha filha tem tendência para engordar muito facilmente e nos últimos meses o seu peso disparou. Naturalmente que tive que fazer ajustes na sua alimentação. Acabaram-se bolachinhas, chocolates, cereais, paezinhos de leite, bolos e sumos. Ou seja, tudo o que uma criança gosta, porque é bom e sabe bem, e os pais gostam porque facilitam, e muito, a vida na altura de fazer lanches ou dar pequenos almoços. Se custa, ou se custa até porque não é só a lista do supermercado que muda, não é?! Um beijinho e obrigada
Outra coisa que me saltou á vista foi o sedentarismo destes jovens. A maior parte não pratica qualquer tipo de desporto, quase que nem de casa saem…. E ESTÃO HORAS E HORAS EM FRENTE AO COMPUTADOR A JOGAR.
Antepenúltima frase….para mim diz tudo. Tão verdade. Atenção que não é uma critica a ninguem….quer dizer…talvez a mim própria.
O facto é que as pessoas à nossa volta também não ajudam muito as mães a manterem os filhos com uma dieta saudável. Claro que isso não é desculpa e os pais são os primeiros responsáveis pela saúde dos filhos, custe o que custar mas, por vezes, são os próprios amigos, tios e avós que travam uma batalha com os pais para que eles permitam uns docinhos às crianças. Vejo-me grega para que a minha filha de um ano, não coma chocolate e bolos e batatas fritas de pacote na casa dos avós e, infelizmente, não posso garantir que não o tenha feito quando não estou presente. Falei sobre isso aqui: http://www.vinilepurpurina.com/2015/08/19/sim-nao-dou-doces-a-minha-filha/
Nunca tive restrições e sempre comi um pouco de tudo. No entanto, nunca tive peso a mais, muito pelo contrário sempre fui magra. O segredo aqui não é obrigar os filhos a não comer nenhum tipo de doces ou salgados, o segredo é ensina-los a comer nas quantidades adequadas. Quando falamos de pessoas que comem mal, falamos de miúdos que em vez de terem as três refeições principais do dia que ocupem um prato, enchem duas ou três vezes o prato, e se for preciso nos intervalos disso comem um monte de porcarias. É esse conjunto que faz com que atinjam esses pesos, não é por comerem todos os dias um croissant ao lanche, porque comi, eu, os meus primos e alguns amigos, em plenos anos 90, em que a moda de se comer saudável ainda não tinha atacado os novos pais completamente atadinhos e sem senso moral, e o meu imc foi sempre dos melhores, bem como desses meus colegas. Nunca praticamos desporto a não ser as brincadeiras ao ar livre, na rua ou parque, e mesmo assim fomos crianças e adolescentes saudáveis. Ainda hoje o somos. Por isso, nem 8 nem 80. Ensinem como comer em quantidades adequadas, não virem ditadores das calorias. Não obriguem a beber água em vez de um sumo. Obriguem antes a comer acompanhado com comidas caseiras legumes e fruta. Sejamos racionais e não vilões, esses que nunca desejamos quando fomos também nós crianças, e ainda assim estamos todos cá. Ser saudável é relativo, quando isso pede esforço e uma vida privada, ser saudável é aprendes a equilibrar.
Pensem nisso.
Concordo plenamente com o comentário da Andreia Mandim.Um Beijo
Não se trata de comerem batatas fritas nem bifes com molhos. Podem comer, desde que não seja todos os dias.
Se em casa houvesse uma alimentação variada como no tempo das nossas mães/avós, até podiam comer feijoada e cozido à portuguesa. Ou seja, a tendência para obesidade nos jovens resolvia-se se comessem de tudo (mesmo bifes com natas e batatas uma vez por semana) e anulassem os refrigerantes, a comida de pacote (90% dos iogurtes incluídos) e produtos que tantas vezes compramos na pastelaria. Basicamente, seria voltar ao antigamente.
Ser mãe é dizer "não" a tudo o que lhes faça mal. E a comida de plástico está, definitivamente, nessa categoria.