pratico o difícil exercício de escrever sem usar o advérbio “mas”. escolhendo a junção de letras que menos gosto é essa: “mas”. quando acrescentamos “mas” destruímos por absoluto a frase que dissemos antes. seja ela qual for, se o “mas” foi necessário mais vale refazer o que dissemos antes. “Estou ocupada mas posso ir.” então, caramba, para que referir que está ocupada? “Está demasiado sol mas encontrei um sombra.” então deixa lá isso do sol, não é um problema. existe “gosto de ti mas”? não existe. ou é gosto ou não gosto. porque com “mas” é gostar menos. é como gostar e não dar a mão. é assim pela metade. gosto de ti leva sempre um ponto logo a seguir. e não é um ponto final, é só o princípio.
Tão verdade que até faz doer o coração…
Uma das coisas que me fez apaixonar pelos seus textos foi, precisamente, o facto de a Catarina não usar essa "adversativa".
"Sou mãe, adoro os meus filhos e sinto-me cansada muitas vezes". Algo assim. "e", não "mas".
Nesse dia, senti uma empatia que me acompanha até hoje. Nem tudo tem de ser "sim, mas…". Algumas coisas podem ser "sim, e…" 🙂
Que querido!