O G. tem memórias de quando era recém nascido. De vez em quando avivamos essas recordações. Corre para a sala e deita-se nas minhas costas:– Quando eu era pequenino pedia-te a chucha?– Não filho, tu nunca usaste chucha.– Ah!!! Pois era. Pedia pedaços do teu corpinho!!!
Passear nos arquivos é um exercício saboroso para uma tarde de domingo enterrada no sofá com ruído de fundo permanente – mãe! mãeeeee! mãeeeeeeeeeeeeeeee!!!!! Passear nos arquivos é também um exercício frustante de palavras repetidas. Os cenários mudam. Alguns estão guardados na gaveta do melhor da vida. Há um ano estive em Orkney [Escócia]:“Ao sobrevoar …
Se um dia me aproximar de tiNão penses que é só um flirtNão julgues que é um filmeQue já viste em qualquer partePensa bem antes de agiresEvita ser imprudenteFaz a carta do meu signoE vê à lupa o ascendenteTem cuidado e tira a teimaVê aquilo que sou Tem cuidado e tira a teimaQue sou tu …
Com toda a foleirice que me é característica e assumida [e que me permite fazer legendas interessantíssimas] estou deliciada a ver a Operação Triunfo. Já choraminguei diversas vezes.Ainda mais foleiro é passar a noite naquele sítio onde renovam a carteira profissional a observar como é ridículo e único estar apaixonado.Invejo, profunda mas positivamente, duas pessoas …
As ruas de Lisboa enchem-se desse triste espectáculo que são as praxes.– Aos 18 anos tinha todos os sonhos intactos. Confesso, no passeio da hora-de-almoço-em-que-não-almoçamos.Antes de entrar na faculdade guardava todas as ilusões. Pessoais, intelectuais, profissionais.Se existissem operações plásticas para recuperar a inocência, eu fazia uma.
Gostava de acreditar em alguma vantagem mas a hora aceitável de ir dormir aproxima-se e revivo as angústias das tardes de domingo quando era menina. Esta confusão entre o sono que tenho e a incapacidade de dormir desorienta-me. E já ando à procura de demasiadas direcções.
Antes de ir para um almoço cheio de salamaleques, formalidade e muito provavelmente gente chata, a minha estrela bipolar mandou-me ler a P2 [Público]. Percebi porque não me explicou qual era a peça. Ela conhece as minhas capacidades para encontrar o amor. Sorri. O filósofo e jornalista André Gorz e a sua mulher Dorine suicidaram-se. …
* [há coisas que não se conseguem agradecer, outras tantas que não se conseguem explicar. e há certezas. poucas, mas há.]
