Passear nos arquivos é um exercício saboroso para uma tarde de domingo enterrada no sofá com ruído de fundo permanente – mãe! mãeeeee! mãeeeeeeeeeeeeeeee!!!!! Passear nos arquivos é também um exercício frustante de palavras repetidas. Os cenários mudam. Alguns estão guardados na gaveta do melhor da vida. Há um ano estive em Orkney [Escócia]:
“Ao sobrevoar o mar – ao largo de Aberdeen – sinto que ainda me falta fazer tudo nesta vida e noutra qualquer. Falta-me viver em todos os sítios do mundo. Falta-me dar a mão enquanto vejo as ondas que vêm do Canadá. Falta-me casar na capela italiana com cheiro a relva e água salgada. Falta-me provar os vinhos da Califórnia e assumir que gosto de vinho tinto australiano. Falta-me comprar uma quinta e criar vacas. Falta-me morrer-de-amor.”