Mau feitio

O mau feitio da Maria Luiza

Maria Luiza sorridente fez-se gente, ganhou mobilidade, e anda a testar se a birras resultam ou não.

Tenho duas experiências opostas: um filho mais maricas (choramingava quando estava chateado) que nunca fez uma birra e outro filho com poucas mas memoráveis birras. Para que o currículo fique completo aqui tenho a miúda que faz todas as birras a que tem direito assim que é contrariada. A grande vantagem de ser o terceiro é que já conheço a fase, não cedo (e imploro aos irmãos que não cedam) perante as lágrimas de vítima da princesa. E sei que só tende a melhorar.

Ainda esta manhã – comigo a tremer de frio e muito agoniada (consequência da preparação da colonoscopoia) – a miúda esteve super calma, a brincar sozinha. Bem, na verdade tudo isto foi possível porque o Afonso esteve em casa. Maria Luiza é filha de família grande e prefere mil vezes quando os irmãos estão e quanto mais gente em casa melhor.

Naturalmente que é diferente passear uma Maria Luiza sempre sorridente ou passear a actual Maria Luiza mau feitio. Parece que uma pessoa se sente obrigada a justificar “é uma fase”, ou fazer gracinhas “é assim, é menina, tem a mania que é diva”, “é mau feitio”.

Há putos que choram e fazem birras. Não é apenas uma questão de educação. Aassim como há putos que dormem a noite toda e outros que acordam vezes sem conta. A culpa não é (sempre) dos pais. Claro que, se a partir de uma determinada idade, os filhos continuam a fazer birras é porque perceberam que resulta.

As birras são naturais quando as crianças (ainda bebés) não falam e não conseguem explicar o que querem. Assim, as birras são (apenas, ainda que bastante cansativas) a única forma que eles têm de expressar a frustação. E acreditem que conseguir dizer que não estão nada contentes com o que está a acontecer é muito importante para o crescimento.

Aquilo que os pais devem fazer é não ceder à birra. Eu – já escrevi sobre isso – evito birras desnecessárias e sou compreensiva. Ou seja: contrario-os quando tem mesmo que ser e sei que não vou voltar atrás. Esta é a única forma de lhe fazer perceber que a tal estratégia de comunicação não funciona. E compreensiva porquê? Se a Maria Luiza dormiu mal, está com sono ou mais chateada, tento adaptar-me. Porque sei que a tolerância dela é menor.

Espero exactamente o mesmo dos meus filhos perante mim. Que sejam tolerantes e compreensivos porque não sou a mesma todos os dias. E aos 39 anos também consigo fazer uma birra.

 

 

 

Aqui fica, para recordarem e tirarem alguma dica que vos possa ser útil: o meu guia para lidar com birras.

 

7 comentários em “O mau feitio da Maria Luiza”

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  2. É tudo uma questão de personalidade, sim 😉 Por aqui tambem ha birras, faz parte e esta geracao milenar vem cheia delas com os seus terrible twos… sim q estes começam depois de completarem um ano e vao ate aos 3 anos 🙂
    Ah e eu tambem faço birras aos 40 hehe 🙂
    Haja saude 🙂
    Beijinhos

  3. Dos meus 3 filhos, a minha miuda de 22 meses é a rainha do drama, faz muito mais birras que os irmãos fizeram (ou então fui eu que me esqueci). Ela grita, esperneia, atira coisas para o chão. enfim. uma canseira.
    Tenho dias em que estou mais tolerante e faço uma gestão melhor, outros dias estou exausta e só me apetece chorar quando levo com uma birra de final de dia.

    Coragem, estou contigo

  4. Esses olhos vivos, interrogativos e inquisidores não enganam. Não vai ser muito fácil, não.
    Mas que importa? É linda de morrer e tudo nela será suportável…e perdoado
    🙂

  5. Tenho um filho de 4 anos… lindo (culpada!!) Todos me diziam ai espera pelos 2 e vais ver… passaram se os 2 e nada de birras (eu achava me uma sortuda..sorte a mais) agora e birras por tudo e por nada.. concordo consigo.. (culpa dos pais que nao o sabem educar!!) Mas nao acho isso (claro que sou culpada,mais uma vez) mas ele e o miudo mais educado usa talheres,pede locenca para sair da mesa.. fiz obrigado e se faz favor…nao tem complexos de pedir desculpas quando erra… etc..mas as vezes faz birras do nada… tento falar com ele abraca lo outras vez confesso ignoro… completamente ate porque estou cansada e nao quero chegar aos extremos.. ou mando um berro… sim as vezes nao da para ser so uma assistente complaciva e sorrir quando ele esta ali a deitar o mundo a baixo e a gritar em plenos pulmoes… muitas vezes vejo as pessas olharem e pensarem que crianca mal educada que mae incompetente.. ok.. talvez seja mesmo incompetentre… mas se ele tiver so mau feitio? O que e que eu faco? Vou naquele de que uma palmada faz muita falta? Vou a correr com o muido para o psicólogo? fecho me em casa ate passar?
    Ou simplesmente respiro fundo e tento levar o dia a dia…??

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