Vou mudar de casa. E sito alguns sintomas de ansiedade. Da boa e da má. Diz o provérbio que “quem casa, quer casa” e eu concordo, principalmente quando casar significa que o agregado quase triplica de dimensão. O meu T1+1 onde fui imensamente feliz nos últimos oito anos guardará as memórias desta eternidade em que fez tanto por nós. Vamos mudar de casa. Assim, no plural, num exercício partilhado que experimento pela primeira vez. Nesta dualidade quase contraditória entre praticar o desapego e guardar para reciclar.
Eu, racional e pouco crente naquilo que não posso ver, acredito profundamente na energia das casas. Apaixonei-me pela casa que agora desarrumo à primeira visto, com noção das qualidades e dos defeitos, e profundamente consciente que a sua energia era perfeita (para mim). Foi exactamente como me apaixonei pelo meu marido mas com a confirmação que tinha dimensão para ser para a vida toda.
Saio apenas porque não cabemos mas confesso que há algo de imensamente libertador na mudança de casa. Para para quem, como eu, adora arrumações, mudar de casa é o melhor argumento para organizar tudo do ponto zero, exactamente como acreditamos que será mais fácil manter arrumado na correria dos dias.
Defendo a teoria do “desapego” aos bens materiais, o que significa que guardo poucas coisas e que facilmente vendo, troco ou dou aquilo que já não
preciso. O meu marido (tem ainda tanto de estranho como de fascinante, isto de escrever “o meu marido”) guarda tudo. Nesta mudança de casa, eu levo a parte prática dos dias: as máquinas, o Pedro leva o alma do novo espaço: objectos que guardou (eu diria acumulou) e que agora podem ganhar uma nova forma e uma outra utilidade.
E agora? Acreditamos que esta casa é para sempre e, praticando o desapego aos bens materiais peço-lhe (imploro) que perca o hábito de guardar velharias, ou peço a mim mesma a capacidade para guardar coisas às quais não reconheço qualquer utilidade mas que, na manobra da reciclagem, se tornam valiosos?
Bom dia Catarina, é como tudo… Também ganhei essa destreza de destralhar e aprender a dar aqueles objectos que já não me são úteis.A minha teoria é muito simples:
. há quanto tempo não uso aquela máquina de sumos que ocupa um espaço enorme e que me dá uma trabalheira imensa a lavar? Bem… na verdade, já não uso há mais de 2 anos! Aí tenho a resposta e dou…
. depois em relação à louça detesto tarecos e sou fã de louça branca. Logo, faço a triagem do que uso e do que gosto mais e o resto, dou!
. em relação aos móveis se é uma peça que gostas muito e por exemplo cheira a mofo e não lhe dás utilidade, mandas lacar; pintar, substituir alguma prateleira e ficas com um móvel novo que os teus amigos até 'desconheciam'.
Concordo contigo, não há melhor altura para arrumar uma casa como numa mudança. A organização do embalamento é super importante na chegada à casa nova.
Com cedências, há espaço para as tuas memórias e para as dele, mesmo que a memória seja um rádio com mais de 80 anos que até pode vir a ter um lugar de destaque especial.
Beijos e felicidades nesta nova fase da tua vida!!!!
E é nesta partilha e nestas cedências que a palavra nós se torna mais forte, apesar de parecer frágil quando o "gostar sem mas" tem um pouco de gostas apesar de agora neste momento te detestar 😉 Foi como senti e como sinto as minhas grandes pequenas diferenças com o meu marido, é o que temos de diferente que nos torna únicos e o complemento um do outro.
beijinhos
adoro ler estes desabafos da vida real 🙂
És Linda!
Sou mais o género do teu marido ;)…uma verdadeira iman de apegos
Das tuas "escritas" que mais gostei 🙂 imensamente real. Cheia de tudo, o desapego e o apego. O deixar ir e começar de novo. As certezas do para sempre 🙂
beijo imenso imenso
Comprei este há dias e para alme de ser giro…ficou lindo na parede.
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Chegou tudo certo e direito.
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