Depois da crónica da semana passada, em que confessei a minha vontade de viver a dois e numa forma pública de assumir o amor. Pensei que queria ter uma fórmula milagrosa para que esta sensação (e este projeto) nunca acabasse num divórcio.
Sei que, se tivesse o segredo para que nenhum divórcio acontecesse, podia vendê-lo e ficaria rica.
Seria, economicamente falando, a receita para poupar nas burocracias e garantir a partilha eterna de gastos. Seria a fórmula mágica para nos poupar a dores e angústias. Falando do resto e do que interessa, por muito importante que seja o dinheiro. Porque, sabe quem já passou por uma separação, que mesmo que o depois seja melhor, o durante custa demasiado.
Um casal de quem gosto muito, porque são uma inspiração e uma esperança nisto de acreditar que as relações podem mesmo durar para sempre e ser felizes, explicou-me: “para poupar no divórcio (ou para nos poupar ao divórcio) é preciso investir na relação”. Eu, que esperava uma coisa mais simples, assim tipo “basta que seja mesmo amor”. Tomei consciência daquilo que mais temia. Até nisto do amor, a sorte dá muito trabalho.
Investir numa relação não é gastar dinheiro com ela. Não acredito que “investir” seja sinónimo de presentes caros, nem de jantares e almoços, ou férias em destinos paradisíacos. Que sejam investimentos que derrubam o orçamento familiar (ou nem sequer estão ao alcance da esmagadora maioria). Convenhamos até porque os problemas com dinheiro são meio caminho andado na direção contrária a uma relação boa e duradoura.
Acredito com esperança e por observação de exemplos felizes, que isto de investir numa relação passa mais pelo tempo. Pela disponibilidade de um para o outro. Que, com jeitos de gestão de recursos humanos, vale a pena elogiar publicamente o que está bem feito. Como se trata de comemorar o funcionário do mês (ainda que seja sempre o mesmo). E acredito que “em teoria mas com esperança” que poupar num divórcio é acreditar que trabalhar em equipa é melhor que trabalhar sozinho e fazer questão de dizer isso ao “sócio” todos os dias.


Sem palavras! Disseste tudo! Do alto dos meus 32 anos acabados de fazer, depois de uma relação de quase 7 anos de vida em casal falhada, consigo perceber-te as palavras e sei tão bem como são verdadeiras! Investir é isso mesmo: tempo de qualidade e disponibilidade! Trabalhar em equipa! Espero que corra tudo bem e que sejam muiiiiiito felizes! Tenho-te acompanhado e tal como tu também estou de novo numa fase de esperança no amor! Dá muito trabalho! Se dá!! Mas vale tanto a pena 🙂 Beijinhos
É tão isso, tão "simplesmente" isso <3
E quando o divórcio deita por terra tudo aquilo em que se investiu? Também acontece, mas acredito igualmente que mais que tudo o resto (o dinheiro, as viagens etc.) é o sentimentos de querer dar certo e o investir diário, o investir nas pequenas coisas que nos poupa ao divórcio. Gostei muito do que li 🙂
O Miguel Esteves Cardoso tem um texto delicioso intitulado alimentar o amor, que começa com "Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda." e termina assim… "Criar é fácil. As obras de arte criam-se como as galinhas. O difícil é continuar." ora nem mais, o amor nunca deve ser um esforço mas as relações exigem esforço, todos os dias, e resistir à rotina, ao cansaço, às preocupações, à crise, às divergências, às famílias, às vezes custa mesmo. Eu tenho um pequeno segredo, nos dias menos bons, que todos temos, fecho os olhos e tento lembrar-me do primeiro momento em que o vi e de tudo o que me encantou nele. E de repente todos os problemas têm uma nova perspectiva, a do amor que se lhes sobrepõe
Muitas felicidades nesta nova fase…
Mesmo sem te conhecer, admiro -te pelas palavras e pensamentos.
Tudo de bom nesta nova fase.
Beijinhos e muitas felicidades
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