Os despedimentos de ontem. E de amanhã. *

serei sempre jornalista, mesmo a carteira profissional suspensa porque acredito nesta coisa da ética da profissão. gostava de conseguir explicar ao mundo e a esses que, tendo o dinheiro, têm a capacidade de decidir que a democracia se constrói com jornalismo isento e de qualidade. não se faz bom jornalismo, com investigação, com análise, com confirmação dos factos e pesquisa com as fontes, com cada vez menos pessoas, cada vez mais mal pagas. será a tal pescadinha de rabo na boca mas, se aquilo que vou ler no papel ou que vou ouvir na rádio ou ver na televisão for exactamente o mesmo que posso ler em poucos segundos num qualquer site da internet, os leitores e os ouvintes perdem-se. e depois usa-se a crise como desculpa para tudo e despe-se, desinveste-se e espera-se pelo milagre de mais jornais vendidos e mais pessoas a ouvir rádio.

serei sempre jornalista. e aos meus camaradas deixo um abraço de força neste momento de merda.
e esqueçam as politiquices desta vida, há uma colossal diferença entre camaradas e colegas. acredito nas palavras do Miguel:


Foi lá atrás, quando passámos a chamar colegas aos camaradas, que abrimos a porta a que minassem a nossa fraternidade.

[* título do post do jornalista Miguel Carvalho, de quem admiro as palavras, a coerência e a força.]

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