entre treinos e comida, entre a logística, os horários e o tem-mesmo-que-ser, entre os caracteres que escrevo, existe a minha vida, um outro pedaço de mim, o mesmo que junta tudo isto mas não é bem isto, é apenas mulher e mãe. sou sempre mãe, mesmo quando descanso de o ser. também sou sempre mulher mesmo quando continuo a ser mãe. e sou isso tudo mesmo quando desisto de acreditar que a vida tem uma história de amor para mim, como nos filmes. e respiro fundo, entre ser mãe, filha, mulher e amiga, e repito a mim mesma que tenho dezenas de histórias de amor que me fazem feliz, mesmo que falhe sempre aquela, a dos filmes. e se isto de ser mãe é uma limitação, é também a força maior que não nos deixa parar, que nos obriga a sacudir os joelhos ensanguentados da queda, e continuar o caminho sem que se perceba que dói.