o melhor de um blog, assim como um diário, é reler o que escrevemos. é conseguir sentir o que já sentimos. é perceber as voltas da vida.
[hoje recuperei a música e este post.]
Ouço Lenine em modo ‘repeat’. Gosto da palavra apaziguar. Não se enrola na boca, nem se perde no vazio da cabeça, como todas as outras palavras que tento pronunciar nos últimos dias. Até podia dizer que “vi a luz”. Passou-me cada segundo da vida em formato de filme foleiro. Assim como quem diz “deixa de acreditar em comédias românticas”.
Acordo e descubro que não existem histórias-de-amor. Daquelas que queria que existissem, em que tudo aconteceria com as cenas no tempo perfeito, com encontros e reencontros e beijos apaixonados para limpar lágrimas. Certezas e camas de lençóis brancos. Pedidos de casamento e declarações eternas que serão mesmo porque o filme acaba em 92 minutos e o depois não se vê.
Depois de [re]ver a vida toda, depois de duvidar de tudo, procuro aquilo em que ainda acredito.
Acredito na condução de taxista para chegar ao infantário a tempo de o ver, com uma camisa azul e os caracóis de ouro muito alinhados, padrinho de baptismo da tartaruga, com a concentração dos momentos realmente importantes. Acredito no sorriso ‘os-meus-pais-vieram’.
Acredito em todos os teus sorrisos com cheiro a bolachas doces, sol e creme de praia. Mesmo no dia em que deixar de acreditar em tudo.
Adoro a tua escrita intensa 🙂 Bom dia!