No outro dia em conversa com a Catarina Antunes falávamos sobre a esta fase de estabilidade. É mesmo isso. Se tivesse que descrever esta etapa da vida era mesmo isso: estável. E entendam que nesta palavra cabem todas as mudanças e montanhas russas do mundo. Mas eu estou estável, faz sentido?
Assim como se comesse muito ou pouco a balança marcasse sempre o mesmo peso. E é um peso para o qual gosto de olhar todas as manhãs. É o metáfora. Falo de quem sou, não do quanto peso (apesar de também estar entregue à mesma fase de estabilidade, em grande mas em muito bom).
Dizem que os 40 são os antigos 30. Discordo. Vivi a crise dos 40 quando fiz 30. Questionei. Achei que já tinha perdido uma parte importante da vida. Depois aceitei, recebi, cresci e senti-me assim neste mar calmo. Pode ser que isto ande tudo ao contrário e os 50 sejam os novos 20.
Não sei se acredito nos astros (aqueles que a Catarina Antunes conhece tão bem). Os tais que comprovam a fase que atravesso. Mas gosto de me confrontar com eles para perceber onde já estive e onde gostaria de estar.
Quando era miúda queria ser adulta porque devia ser bom não estar sempre com o coração na boca. Eu queria ter o mesmo entusiasmo pela vida mas sem as palpitações constantes. Era exactamente aquilo que sinto agora que o meu eu adolescente desejava. Era mesmo isto!
Mesmo que venham outras fases. Mesmo que os astros se conjuguem para tempos mais difíceis que permaneça a memória deste lugar. Desenharei um mapa, com todos os pontos importantes, porque é aqui que quero voltar.