mudar para o campo

Amanhã vou mudar para o campo…

Ocasionalmente ouvia falar na terra da minha mãe. O lugar onde os meus avós se conheceram. A casa onde a minha mãe nasceu. O campo. E alguma vez eu sonhei mudar para o campo? Nunca!

A vida afastou os meus avós para outra casa, a muito quilómetros daquela fronteira. Nessa outra cidade onde os meus pais casaram. As férias, o Verão, a Páscoa, o Natal, sempre foram vividas na Figueira da Foz. A Serra da Boa Viagem, o Emanha, a praia de água gelada, o Farol, Quiaios visto da pedra da Bandeira. O cheiro dos livros na casa do meu avô Beato. A escola da minha avó Minda. O cheiro das torradas e as histórias do avô Zé.  Figueira da Foz era a casa dos meus avós.

O meu avô Beato morreu. O meu pai morreu. Depois os meus avós envelheceram. Começou a falar-se dessas terras num lugar que não conhecia. E a minha mãe aproximou-se dos primos com quem cresceu mas não via há muito.

Eu demorei algum tempo a fazer esta viagem. Em sentido metafórico mas também real. Inventava sempre uma desculpa para não ir.

Nestas férias decidi que era o momento. Talvez também por consequência da morte do meu avô, sabendo como era importante para a minha mãe que eu fosse conhecer aquelas terras.

Foram dias maravilhosos. Mas assim como em qualquer verdadeira história de amor foi apenas o início. Temos tudo para viver juntos.  E eu vou ter tantas histórias boas para vos contar.

Para já apresento-vos o nosso borrego Shoya, uma mamão pior que Maria Luiza. Mas este, como não tem a mãe, precisa de biberão duas vezes por dia!

 

Estamos sempre a tempo de descobrir onde pertencemos. Podemos negar, tentar fugir, viver as outras fases da vida nos lugares que lhes são devidos. Depois chegamos a casa. E sabemos de imediato que estamos no lugar certo. 

E vocês, eram capazes de mudar para o campo?

8 comentários em “Amanhã vou mudar para o campo…”

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  2. Eu vivo no campo, a 20km de Lisboa e não trocava este cantinho por nada! Ainda não está bem bem como eu quero, mas há-de ficar parecido com o que em tempos foi, quando pertencia aos meu avós, árvores de frutos, animais e muita liberdade!

  3. Sofia Fernandes

    Eu mudei para o campo há precisamente dois anos e dois meses. Foi um regresso ao local onde nasci e vivi até aos 18 anos; depois vivi 20 anos na cidade do Porto e o regresso não estava nos meus planos até olhar para o meu bebé recém-nascido (da idade da Maria Luiza) e perceber que não conseguiria confiar em mais ninguém para cuidar dele senão a minha mãe. As primeiras semanas custaram muito mas foram também um desafio: transformei a casa de fins de semana e férias que já tinha junto da casa dos meus pais na nossa casa de todos os dias, destralhei e levei comigo só o essencial, adaptei-me a viagens, reaprendi a viajar de comboio e tudo se foi encaixando. Tenho a sorte de ser profissional independente e poder trabalhar a partir de casa um / dois dias por semana; nos outros dias vou matar saudades do Porto. A lição que aprendi é que, apesar dos 30Km que me separam da cidade do Porto, na aldeia a vida é mais lenta, mais suave e ainda se vive em comunidade: os vizinhos cumprimentam-se, ajudam-se e partilham. E, chegada a hora de decidir para que infantário vai o pequenino já não me passa pela cabeça voltar a viver no Porto; vamos continuar na aldeia, às portas do Porto.

  4. Uma das coisas que eu mais gostava era viver no campo, não fazer vida de campo, mas estar no sossego! Meu deus, como a minha avó vivia bem! Por isso é que a sanidade mental dela durou até à sua morte!

    Até apostava em criar animais, mas este tipo de tarefas não é para qualquer um! Há muita dedicação ligada ao trabalho agricula e não só!

    Beijinhos e boas aventuras!

  5. Rumei ao Fx com 18 a fim de estudar. Terminei o curso e por lá continuei. Sempre com o objetivo do regresso à aldeia, volvidos mais de 20 anos, cá estou. Finalmente irei para a “nova” casa esta semana, acompanhada do marido e dos dois filhos, agora 🙂 Viver na aldeia só traz benefícios a todos os níveis 🙂 Tenho saudades de viver no Fx? Claro, muitas! Voltarei na reforma. 🙂

  6. Nós mudámo-nos, definitivamente, para o campo há 3 anos e 2 meses. Os três anos anteriores a estes foram uma espécie de estágio. O que era para ser um cantinho bucólico de fim de semana, transformou-se em primeira habitação. Vendemos tudo, renovámos a casinha de campo, continuamos cheios de projetos e, acima de tudo, estamos muito felizes. Lisboa não está a 10 minutos, está a 60. Não lhe sentimos a falta e aprendemos o verdadeiro sentido da expressão “não há vida como a do campo”.

  7. sonya tomboloco

    Eu vivo no campo , nem penso em me mudar daqui esto tao felis ao lado dos meus avos . Aque que a vida do meu pai acabou e a minha tambem terminara aqui

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