Como dizia uma amiga de quem gosto muito: “é o teu diário, escreve o que te apetecer”. Mas, e quando não apetece escrever nada? E quando entramos na logística de todos os dias e nada parece merecedor de palavras? E quando temos um espaço público feitos de palavras e não conseguimos escrever?
Tenho tempo para escrever, tenho sempre, quando quero. Até posso estar a separar roupa, a fazer o jantar, a arrumar brinquedos que insistem em refugiar-se no mundo paralelo que existe debaixo do sofá. Quando tenho uma ideia, uma frase, alguma coisa que precisa mesmo de ser escrita, pego nas notas do telemóvel e escrevo. A questão é que, às vezes (felizmente poucas vezes) os dias passam e as palavras falham.
Nas férias escolares dos miúdos comprometi-me a largar (ainda mais) o computador e o telemóvel. Já o faço ao final do dia, quando já estamos todos em casa (e durmo com o telemóvel longe, essa grande vitória!). Os miúdos não notam porque eu vou fazendo várias coisas ao mesmo tempo mas esse é exactamente o problema. Isto de fazer muitas tarefas resulta em falta de foco em todas elas. Cada vez mais acredito que é melhor fazer uma coisa de cada vez. E aproveitar em pleno aquilo que está a acontecer. Nem que seja ficar a olhar para os miúdos a brincar e enterrar o nariz nos cabelinhos da Maria Luiza e inspirar.
Foram assim as férias. E tem sido difícil desligar desse formato com menos palavras e menos partilha.
E isso não é mau. Aliás é bom!
Só tenho que conseguir conciliar isso com mais capacidade para manter as palavras.
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eu acho que temos que fazer aquilo que sentimos no coração, por ser um local publico de palavras exige mais de nós, mas eu acho que se te focares no obectivo que colocas-te nesse local publico, poderá facilitar, se primeiro estás tu e os teus filhos, no sentido de te equilibrares, e o ambiente seja esse, está tudo certo, afasta-te do telemovel, das exigências que o local público exige, mas tal como disses-te preferes cheirar o cabelo da maria luiza, e olha-los a brincar, faz isso, porque fazer tudo ao mesmo tempo (e por mim falo) só nos cansa, arrelia, e coloca-nos ansiosas, pela falta de “estar presente” nas coisas, o mundo é agora, hoje, neste minuto, por isso temos que estar “presentes” beijinhos. (@mae_mulher_yoga)