quando há mais de 11 anos chamei ao meu blog “dias de uma princesa” brincava com o facto do meu filho [na altura único e com três anos, hoje adolescente] me tratar dessa forma carinhosa – “princesa”. assim ficou apesar de estar longe de me sentir princesa. eu, meia camionista, assim abrutalhada, mãe de dois rapazes, e um blog com um nome tão cor-de-rosa.
repeti muito vezes, mesmo já grávida da Maria Luiza, que era mãe-de-rapazes. queria a minha menina [assim como escrevi nesta carta] mas existe uma diferença entre querer e enfrentar essa realidade.
no parto chorei sem lágrimas e chamei-lhe “minha menina”. mas confesso que só percebi a realidade quando lhe mudei a primeira fralda. caramba, tinha mesmo uma menina.
hoje, quando procurava um título para falar sobre os nossos dias, sorri ao pensar que agora já fazia sentido. finalmente posso falar dos dias desta princesa [a única, na verdade].
não vos vou dizer se a miúda dorme bem e se chora muito ou pouco até porque isto é como a história de não contarmos os nosso sonhos: quando dizemos que um bebé dorme bem ele passa a dormir mal nesse mesmo dia. a nosso Maria Luiza mama muito, acorda as vezes necessárias para o muito que mama e chora o normal para um recém nascido que não conhece o significa de palavra como “calma” ou “espera”.
eu tenho uma enorme tolerância a dormir poucas horas porque é exactamente assim que durmo mesmo quando não tenho um recém nascido em casa. ter mais do que um filho dificulta um bocadinho as coisas porque quando a miúda entra no seu sono matinal eu tenho que acordar e tratar dos outros.
acho mesmo que – quando não falamos do desafio que é ser mãe pela primeira vez – aquilo que cansa num recém nascido é tentar que as mudanças sejam serena e que as rotinas dos que já cá andavam se mantenham. isso é mais fácil num cenário – como o meu – em que as diferenças de idade são grandes e já não há nenhum bebé [mesmo que eu consiga ver sempre os meus filhos como “os meus bebés” apesar do G. já ser mais alto que eu].
os dias desta princesa são calmos e doces. os nossos dias correm ao ritmo normal com esta leveza boa das hormonas da paixão. é exactamente assim que me sinto: perdidamente apaixonada. pela minha princesa, pelos meus filhos grandes e pelo Pedro. estar perdidamente apaixonada só tem esta desvantagem de parecer que o ar nos falta. às vezes sinto-me tão avassaladoramente apaixonada que me apetece desatar a chorar. são as hormonas, eu sei. porque coisas de princesa ficam para a Maria Luiza.
Lindo <3
Não são as hormonas, não tenho filhos mas tenho um príncipe e uma princesa na minha vida, e sei exactamente o que é faltar o ar de tão apaixonada que se está, se o meu amor é grande e não sou mãe, imagino o da Catarina com os seus meninos.
Oh meu Deus que foto;) Linda linda lindaaaaaaa
E eu com hormonas me justifico: Uauuu! Chorei…quem me dera!
Texto maravilhoso como sempre mas hoje as honras vão para a fotografia. Perfeita!
Pingback: Depois do parto: os cuidados com a mãe - dias de uma princesa
Como compreendo as suas palavras e como transmitem tanto do que eu sinto…. Uma gratidão, uma calma, um amor incondicional… parabéns