Faço muitas vezes o exercício – adorável mas masoquista, como diria o meu pai – de imaginar o que faria se ganhasse uma grande quantia de dinheiro. Já partilhei que me bastaria um milhão, coisa pouca. Herdei este gosto sonhador dos tempos em que o meu pai trazia para casa os catálogos de brinquedos e eu fazia um círculo a vermelho à volta de tudo o queria… se fosse rica. No final escolhia apenas um e ficava tão feliz como se fossem mil.
Hoje proponho que pensemos exatamente ao contrário (mas mantendo a ilusão da riqueza porque agosto já é um mês complicado na realidade): em que coisas nunca gastaríamos dinheiro mesmo que fossemos muito ricos? Provavelmente entraria em contradição com os meus valores se tivesse tanto dinheiro que não soubesse onde o gastar. Mas quero manter-me a acreditar que as coisas em que acreditamos se mantêm independentemente daquilo que temos na conta bancária.
“Se eu fosse muito rica não”… comprava carros caros, preferia ser conduzida e não ter que me preocupar com o estacionamento (mas, por favor, carro com Wi-Fi, para eu poder ir lá atrás entretida). Manias que não incluem apanhar bichos virtuais porque fico enjoada em andamento.
“Se eu fosse muito rica não”… comprava casas de férias, alugava-as para não estar a pensar se estava tudo bem na minha ausência. E, de qualquer forma, permite variar as localizações. E, tendo muito dinheiro, tenho a certeza que queria viajar o máximo de tempo que a logística me permitisse.
Na verdade, “se eu fosse muito rica não”…. deixava de fazer nada do que faço hoje, queria exatamente a vida como é hoje, sem as preocupações que temos quando há medo que falte.
E perdoem-me a futilidade dos pensamentos, grávida em agosto também tenho direito à minha silly season.
Concordo, excepto na parte de ser conduzida, adoro conduzir!
Completamente de acordo quanto ao carro. Mas a viver no Alentejo, o carro é imprescindível. Mas nunca gastaria dinheiro num carro por ser vistoso ou por causa dos extras ou da cor. Provavelmente compraria apenas um carro maior porque a família aumentou e para podermos ir mais à larga. Mas gastaria o mínimo possível.
E casas de férias também não. Se fosse muito rica viajava sempre (e muito) para um sítio diferente.
Se eu ganhasse 1 milhão de euros, gostava de pensar que iria ter tudo: a casa de férias com piscina, a casa com ginásio até, a quinta, os cães, o jipe, tudo. Se eu ganhasse 1 milhão de euros, gostava de pensar que ia comprar malas, casacos e sapatos caros porque podia – mas não.
Se eu ganhasse 1 milhão de euros, não compraria um carro topo de gama, porque não percebo nada de carros; não compraria artigos de luxo, porque não necessito de mostrar nada a ninguém. Se eu tivesse 1 milhão de euros, acho que queria ter uma vida mais simples, com muitas viagens, experiências e conversas com a família e amigos – que é definitivamente aquilo que o dinheiro nunca irá conseguir pagar.
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De facto é um exercício masoquista e poderá deixar algumas pessoas frustradas com a vida, Catarina, e outras com muito dinheiro, deprimidas poque o sol brilha mas não sabem o que fazer com ele porque já usufruíram de tudo!
Eu gostaria de pensar que a diferença de ter somente 1 euro à ordem ou 1 milhão não é nenhuma. Prefiro acreditar que não perderemos nunca ( independentemente dos euros) a capacidade de sonhar e de lutar para ter um sorriso pela realização pessoal ao final de cada dia.
Não mudaria nada em mim e na minha vida, faria tudo igual a hoje, só teria mais zeros para visualizar na conta bancária e claro
Teria plena noção que teria mais conforto e facilidade a alcançar os objectivos de vida.
Como dizes e bem, a vida resolve-se sozinha por isso mais euro ou menos euro não faria querer ter mais ou menos do que se quer hoje, somente que nunca falte.
100% de acordo! Mantinha a minha vida igual, simplesmente viajava mais, voltava pra portugal e arranjava casa num sitiongiro
Se eu fosse muito rica não comprava um carro topo de gama, nem sequer gosto muito de conduzir. Comprava 1 mini, quer me saísse 1 milhão ou 100 milhões.
Não fazia cirurgias plásticas. Não comprava joias.Não comprava malas, nem sapatos caros.
Ajudava os meus, ajudava os animais de rua, enchia quem amo de presentes ( já o faço e não sou rica ) e viajava. Passava grande parte do meu tempo por esse mundo fora…