[é possível apaixonarmo-nos por uma personagem?]

– Desculpa. Estive em Dublin. Pensei que ia apenas uns dias mas fiquei muito mais tempo. Desculpa.
– Desculpo. Queres entrar?

Peguei no telemóvel e mandei uma mensagem ao Heikki com uma estranha dor de cabeça que me atirara à cama.
Padruig entrou e olhou para mim.
– Ias sair? Desculpa.
– Ia jantar, sim. Mas podemos ir os dois.
– Tive saudades tuas.

Assim, dito assim, em palavras lentas e enroladas, achei que era credível.
Deu-me a mão e saímos para jantar. Não era um encontro. Era o primeiro dia do resto da nossa vida.

[Provo-te. Quantas vezes posso morrer de amor? E o meu enorme e doce urso pardo irlandês.]

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