[sobre vergonha]

ter um blog é não saber o que fazer em dias como hoje. dói-me o peito e custa-me respirar. é assim que doem as desilusões. já sou crescida, já sei que ninguém morre de amor. posso escrever exactamente o que sinto neste momento, em que me apetece deitar-me no sofá, enrolar-me e chorar cheia de pena de mim, há banhos e jantares para preparar e duas criaturas que merecem uma mãe adulta e não uma adolescente deprimida. também posso ganhar consciência que este blog não é uma página de um caderno de linhas, nem uma folha de word perdida nos documentos, e não escrever coisa nenhuma. ou posso por umas quantas fotos de comida e fingir que está tudo bem. ter um blog é escrever este post ainda na dúvida se fica nos rascunhos ou se carrego no botão cor-de-laranja entre vergonha e vontade de gritar que dói. o meu filho grande pergunta-me pela terceira vez se estou bem e eu sinto-me furiosa apenas pela necessidade que ele sente de fazer a perguntar. respondo-lhe a verdade, sempre a verdade, mas mantenho a promessa: não me verá chorar. não juntará às outras três vezes que descreve às pessoas como se a mãe chorar fosse um acontecimento digno de abertura de telejornal. aquela vez que estavas grávida e quando soubeste das vacinas estragadas. já sou crescida, já sei que ninguém morre de amor. mas dói igual. era assim que escreveria antes de ter vergonha de gritar ao mundo que não sou merecedora de histórias-de-amor. olha, perdi a vergonha.

34 comentários em “[sobre vergonha]”

  1. Um doce beijo, querida Catarina! Não podemos deixar de acreditar que o nosso conto de fadas começa por "Era uma vez " e que de certeza acabará com "e foi feliz para sempre". Porque as histórias podem não ser como imaginamos, como desejamos, podem estar carregadas de sonhos e desilusões mas são a nossa história… Nunca deixes de acreditar no final…

  2. Não interessa a idade, a experiência ou a plena consciência de que não se morre de amor, dói sempre. Mas também sabemos que tudo passa. E que o amor um dia lá volta a aparecer, quando estamos distraídas, quando nos esquecemos dele, quando achamos que ele não é para nós.

  3. Acredito que existe uma metade que nos completa e que encaixa connosco. Não na perfeição porque nada é perfeito mas muito perto disso! As nossas imperfeições e as da nossa metade são o que nos caracteriza. Não costumo escrever muitos comentários mas acredito no amor até sermos velhinhos e todos temos direito e somos merecedores dele. Fico triste quando alguém me diz que não acredita na sua história de amor. E como não gosto que fiques triste (faz me impressão tratar por você) só posso deixar esta mensagem para tentar acalmar a dor…esta sim passará…a tua história de amor chegará e ficará, leve ela o tempo que levar. Bisous*

  4. Olá Catarina, sempre lhe quis deixar aqui um comentário mas nunca soube o que escrever, hoje e o dia ideal vejo que esta muito em baixo, quero-lhe dizer que é uma mulher que transmite muita coragem a muitas pessoas que seguem o seu blog, e que as incentiva para a mudança. A Catarina esta uma mãe lindíssima e muito jovem e vai ver que o seu príncipe encantado estará ai ao virar da esquina no momento e na altura que menos esperar. Muitos beijinhos, gosto muito de si, nunca a conheci pessoalmente, mas conheço-a virtualmente pelo que escreve aqui no blog. Desejo que seja muito feliz e que tenha sempre muita força para continuar…

  5. Sei que não é crente. Sei que está desiludida. E sei que ainda acredita em si. Pelo menos em si. Sei que lhe apetece fugir. Mas não haveria de chegar longe assim. Por isso, deixe-se ficar. Não lute. Não procure. Não nade contra marés. Não espere que aconteça já. Não amanhã. Nem depois. Mas um dia. Um dia abençoado. Quando a sua luta interna e externa lhe derem tréguas. Quando fizer as pazes com a dor. Quando a dor passar a recordação. Quando estiver pronta…

  6. Linda Catarina 🙂
    E é assim, num post destes saído do seu coração de menina-princesa, que me faz pensar que sim, há blogs, e sim, há TV, e sim, há livros, mas que quem é menina é sempre menina, que quem é doce é sempre doce.

    Que, no final de contas e no final do dia, "The fame thing isn't real you know? And don't forget I'm… I'm also just a girl, standing in front of a boy, asking him to love her."

    (continuo a gostar muito de si)

  7. Quero só deixar-te um abraço apertado e dizer-te a minha versão do teu "a vida resolve-se sozinha":

    "Tudo acontece por uma razão"
    (a sério, podes não compreender agora, mas acredita que sim).

  8. "Everything will be okay at the end. If it's not okay, it's not the end."
    Comigo foi só ao fim de muitos anos de bater com a cabeça na parede, muitas vezes… A tua história de amor ainda está para acontecer 🙂
    Muito obrigada por toda a inspiração, força e coragem que nos transmites! E pela tua coragem de enfrentar as fragilidades também…

  9. Olá Catarina.
    Sigo o blog á um tempo e quando durante o dia não vi nada teu: achei estranho.
    A minha opinião ou mesmo a de qualquer outra pessoa não vai mudar o que sentes. Pode dar-te outra perspetiva ou mesmo fazer-te pensar mas nunca vai mudar aquilo que sentes.
    Eu tive a sorte de um príncipe ter entrado na minha vida, ter permanecido (pelo menos até agora e já lá vão 7 anos) e de me ter dado uma filha maravilhosa. Mas ele surgiu quando eu não procurava. Quando só me queria divertir e quando eu achava que não sabia que queria ter um príncipe.
    Tu tens 2 príncipes lindos. Mas o amor faz falta e quando as coisas não resultam lá se vai um bocadinho de nós que não vamos dar a mais ninguém. Quando se olha para trás para a s tentativas sentimos que deixámos já demasiados bocadinhos de nós. Assusta.
    Mas até como mãe também tens direito a ser mulher e a enrolares-te no sofá e fazeres o teu “luto”.
    Uma caixa de gelado e uma série de filmes melosos geralmente acalmam a situação.
    Mas também podes tirar um dia para um treino intensivo à beira mar (porque o sal purifica) e deitar para fora tudo o que existe de mal.

  10. Estou para aqui a chorar baba de ter lido as tuas palavras.

    porque o meu coração também andou (anda) aos saltos e cheio de dores…

    mas acredito em finais felizes…acredito sempre. acredita. vale a pena.

    És linda linda <3

  11. ter um blog é ter um ou vários objectivos para ele. esses objectivos podem ir mudando… e ser uma figura cada vez mais pública muda também esses objectivos. decidir o que escrever cada dia é uma decisão, uns dias mais difícil que outros. há sempre a pergunta sobre a exposição a que nos sujeitamos, a pergunta sobre o que vale a pena mostrar (e mais às tímidas como ambas). Isto é o que se me ocorre a mim, figura pública à parte que não sou nem os amigos me lêem ah ah ah.
    No fim acabo por pensar que o impulso de ser verdadeira contigo mesma e com quem te lê porque aprecia, é a definitiva decisão.
    (Eu gosto e dou valor 😉
    (tb não sei se ir ver esse filme…)

  12. opá não me apetece dizer-te mais a não ser que és linda, muito linda.
    estou-te tão grata por me teres feito acreditar, que hoje o meu coração fica pequenino agora de saber que tu não acreditas.
    e já alguém aqui o escreveu, que tudo ficará bem no fim, e se não está bem,não é o fim.
    beijo
    patrícia

    (toca a repetir em voz alta : A VIDA RESOLVE-SE SOZINHA)

  13. Olá Catarina, essa dor vai desaparecer não tarda, e no dia que voltares a sorrir vais perceber que afinal não foi porque não tinha de ser! Estar apaixonada é bom, dá-nos outro sentido à vida, mas pensa que vais ter muitas mais oportunidades e redescobrir o Amor!
    A vida é mesmo assim, cair, levantar, voltar a cair para nos reerguermos de novo, tantas vezes quantas forem necessárias!

    Beijo grande <3 e coragem!

  14. O Amor maior já o tens, são os teus filhos.
    Mas porque sei que te dói e porque te está entranhado no corpo e na alma, um abraço apertado. Quando menos esperares, vais encontrar aquele que te vai fazer feliz 😉

  15. Olá Catarina,
    Só uma vez comentei algo que escreveu. Hoje resolvi comentar também. Custa-me a tristeza dos outros. Sabe Catarina, acho que o principal é gostar de si. Por aquilo que é. Tem de encontrar esse caminho dentro do si… mas em silêncio, sem "fazer nada de especial". Deve saber responder à pergunta: "quem sou eu?". Quando encontrar as respostas, o amor aparece, até porque está dentro de nós e numa entidade externa. Pode tudo isto parecer psicologia barata ou algum cliché, mas isto que lhe digo é fruto dos pensamentos e conclusões de alguém que já chegou a pesar 148 kg (!!!), tudo devido à sua baixíssima autoestima, e que perdeu 70 kg (não sem ajuda médica)com muito trabalho interior. A felicidade não existe como algo abstrato. Felicidade são os momentos (como na canção do Pedro Abrunhosa). Não há príncipes encantados, mas existem homens com H, que sabem amar, respeitar e que nos dão montanhas dos tais momentos de felicidade.
    Foças, Catarina! E leia de novo o conselho da blogger 43 e picos… também tenho 43 e picos e subscrevo inteiramente o que lá li… é que receitas para superar a dor ou encontrar o amor ou ser feliz, não existem, mas há momentos em que temos que calar, silenciar, sentir a dor e curá-la, mas de mansinho…
    Um beijinho
    Margarida

  16. Catarina, se algo acaba é porque não valia a pena. Vivemos novos tempos e não fomos preparados: as relações à nossa volta quando crescemos eram estáveis (não fáceis!) mas as nossas são descartáveis. Se queremos sobreviver, temos de nos adaptar: é a lei do mais forte! Dois conselhos de uma "desiludida" já curada: 1 – o tempo cura tudo; 2 – seja a sua melhor companhia!

  17. A magia da vida acontece quando não pensamos nela, quando não idealizamos momentos, sonhos e esperanças. Mas não sonhar, não desejar ou não temer é tão surreal com a própria magia. Respirar e viver de emoções, às vezes, é tudo o que resta. Aprender a sermos felizes com o que temos, mesmo que às vezes não nos pareça suficiente, é a verdadeira expressão da felicidade. Inspirar e inspirar… e um dia a magia acontece. Fé.

  18. e como doi….a mim doi-me sempre horrores. choro, choro, choro. são estranhos os sentimentos. um dia passa, sem dar-mos por isso, já é historia. e pensamos, credo, como eu sofri.

    ate la, muitos abraços dos amigos, carinho dos mais próximos, e vontade de sorrir novamente, com a alma cheia.

  19. Se não acreditas nele, é porque não existe, é um facto. Tal como um dia não acreditaste que um dia serias magra… até ao dia em que decidiste sê-lo.
    Não está tudo na tua cabeça. Está sim, tudo, na tua determinação …

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