sobre dieta [aí vão 5!]

Aos 35 anos decidi começar a primeira dieta da minha vida. Podemos, desde já, juntar um argumento de poupança: convém não gastar em médicos e, dizem, que se fizermos as contas entre aquilo que medimos à volta da cintura e das ancas descobrimos a probabilidade de ficar doentes à conta de maleitas cardiovasculares. Apesar do perímetro generoso das minhas ancas, o rácio apontava para a necessidade de perder uns quilos. 
Como uma nutricionista e consultas semanais ou mensais não cabem no meu orçamento, a solução apresentou-se nesse mundo imenso: o Facebook. Num grupo de Facebook juntam-se cerca de oito pessoas que  são orientadas e apoiam-se nos momentos de sucesso e, especialmente, nos momentos de desespero. Qualquer coisas como: “estou quase a comer uma enorme fatia de bolo de chocolate”, “não faças isso”, “não desistas”, “tu és capaz”. Comigo resulta.
Poderia agora introduzir outra dica de poupança e dizer-vos que, comendo menos, gasta-se menos. Não é verdade. Comer menos implica comer bem e comer bem não é barato. Felizmente muitos dos produtos que incluí nos armários da cozinha (apaguei despensa porque embora ficasse melhor, não tenho) já existem nos hipermercados a preços muitos mais baixos: farelo de trigo, sementes chia ou bagas godji. Estas últimas ainda podem ser compradas a metade do preço dos supermercados chineses, ali no Martim Moniz. E as carnes brancas, não chegando ao preço do porco, não são tão caras como a carne de vaca.
Em relação aos necessários legumes, que se querem saborosos para minimizar a falta de umas batatas fritas com molhos vários, encontrei uma estratégia: escolhi alguns objetos que queria tirar de casas e escrevi num grupo de trocas (nesse gigante mundo do Facebook): aceito legumes biológicos. Resultou, esvaziei o roupeiro e provei a melhor abóbora que alguma vez comi.
Com a dieta em velocidade cruzeiro e algumas peças de roupa preferidas recuperadas das gavetas percebi que a coisa só avançava com exercício físico. No tempo em que os valores na conta bancária eram outros, fui a melhor amiga dos ginásios: pagava e não ia. Essa hipótese estava fora de questão. Os ginásios low-cost tornam as minhas desculpas menos credíveis, mas posso dizer que queria fazer exercício a custo verdadeiramente zero. Correr não custa dinheiro, é flexível nos horários e na localização. E, recorde-se o meu principal objectivo: a corrida é amiga da dieta.
Dizem que é moda. Para mim é a consequência natural da falta de dinheiro.

2 comentários em “sobre dieta [aí vão 5!]”

  1. Ultimamente tenho pensado muito em comecar a correr, embora nunca tenha adorado faze-lo. Mas quando o orcamento e limitado, e de facto, uma opcao viavel. A dificuldade maior para mim e que vivo em Londres, e ja se sabe, o clima nao ajuda nada a pratica deste desporto (e ainda da uma maozinha a preguica)!

    Parabens pelo blogue. Adoro!

    P.S. Teclado sem acentos…

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