[arquivo I]

31.10.05

A Menina.

O meu pai referia-se a mim como “a menina”.
Com 3, 10 ou 20 anos. Eu era “a menina”.
Era. Deixei de ser no dia em que te perdi.
Segundos depois de saber que nunca mais me chamarias “a menina”.
Quando engoli as lágrimas que não me permiti chorar.
Contigo morreu “a menina”.
Agora sou só uma menina crescida.
Uma mulher.

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