Visitei as Aldeias SOS a convite dos Hóteis Real. A Aldeia da Bicese recebeu-nos com um dia de sol fabuloso. A ideia é que vários blogs de mães “amadrinhem” uma mãe das várias Aldeias SOS e divulguem o trabalho desta instituição única [a Rita já falou da “sua” mãe]. Como é ser mãe nas Aldeias SOS?
A minha Filomena, é pequenina e sem papas na língua. Tem 53 anos e 7 filhos a viver com ela: 4 raparigas e 3 rapazes. Confessou-me de imediato, cheia de orgulho de mãe, que alguns dos seus filhos já organizaram a sua vida. Falou-me, cheia de orgulho de mãe, do filho que entrou para a faculdade com excelentes notas e da filha que já se juntou com o namorado, e que tinham vindo os dois jantar na noite passada a casa com os irmãos. Mãe e irmãos sem aspas porque isto do sangue vale muito pouco quando falamos de família, ou melhor, quando falamos de ar.
Ouvi, totalmente maravilhada, aquelas mães a falarem dos filhos e do dia a dia. Afecto é palavra repetida quando contam as histórias de miúdos que chegaram depois de anos e anos de negligências e abandonos. A Filomena faz um sorriso triste, muito vezes, como quem diz “às vezes vêm mesmo mal”. Mas agora há uma mãe. Os problemas não desaparecem mas a segurança de uma mãe, de uma casa a sério, com quarto, cozinha e sala a cheirarem a limpo e comida na mesa, “aprender a ser família”muda muita coisa. Com a vantagem de viverem numa pequena comunidade de casas independentes e serviços comuns [eu acredito tanto na vida em comunidade]. As Aldeias SOS são isso “aprender a ser família”.
“Eu sei que valeu a pena porque nenhum dos meus filhos teve que institucionalizar os seus filhos. Eu tenho netos. E tenho filhos rapazes que as mulheres saíram de casa e ficaram com a guarda dos seus filhos. Eles sabem o que é ter uma família.”
No pequeno-almoço que nos tinham preparado havia muitos bolos de caseiros e chá de erva príncipe à séria. Cheirava a casa. Eu deliciei-me com uma torta de coco. E fiquei deliciada por existirem projectos assim, em que tudo faz sentido.
É assim, ser mãe nas Aldeias SOS.
Boa noite Catarina,
Seria possível indicar aqui no blog o NIPC das Aldeias SOS, para que 5% do meu IRS contribuísse para essa causa? Confesso a minha ignorância, não conhecia este projecto.
Cumprimentos.