vamos deitar fora as balanças?

vamos deitar fora as balanças?

há quatro anos por esta altura vencia a minha luta contra a inércia. há quatro ano percebi que tinha negligenciado o meu corpo e isso era visível nos quilos a mais. há quatro anos tornei-me consciente do que comia e comecei a treinar. há quatro ano acreditei que estar bem comigo era um número. 

passamos muito tempo a detestar aquilo que vimos ao espelho. na verdade, mesmo quando pesei 56 ou 57 quilos conseguia ver infinitos defeitos. passamos demasiado tempo a detestar aquilo que vemos ao espelho. e passamos demasiado tempo a acreditar que a vida muda quando conseguirmos pesar menos. é obvio que somos mais felizes quando perdemos peso porque isso é sinónimo de uma vitória. perder peso é quase a consequência de que cuidamos de nós, arranjámos tempo para treinar, que não vingámos as nossas ansiedades e frustrações em comida. e tudo isso são gigantescas vitórias, independentemente dos números.

olharmos para as pessoas que somos e gostarmos é um dos exercícios mais difíceis e mais importantes desta vida. acredito mesmo que isto do amor próprio, da aceitação, ou seja lá o nome que possamos à necessidade de vermos os valor que temos, devia ser disciplina obrigatória da escola desde sempre.

não peso 56, nem 57, nem 58 quilos (podia continuar por aí adiante mas não é o número que interessa). tento comer de forma saudável, umas vezes irrepreensível e noutros dias cheia de asneiras. treino quase todos os dias. adoro treinar. são os meus 60 minutos de fuga e equilíbrio. há dias em que olho para o espelho e adoro. há dias em que olho para o espelho e zango-me comigo por ter vontade de o detestar. faço exercícios diários de aceitação porque quero que os meus filhos – sejam rapazes ou raparigas – cresçam sabendo que são lindos. independentemente do peso.

e se eu não quiser ser fit? e se que nem quiser saber quanto peso?

e se quiser apenas gostar de mim, um bocadinho mais todos os dias? e se quiser apenas comemorar as conquistas que faço em cada treino? e ficar feliz porque consegui comer saudável? mas ficar igualmente feliz nos dias em que como torradas com manteiga?

e se eu deitar fora a balança? vamos deitar fora as balanças?

#vamosdeitarforaasbalanças

 

 

as fotos lindas, lindas, lindas são da LiaLia Rodrigues | e-motions photography

com o casaco da FantasyLandStore

o cabelo e as pestanas – mérito da 2Be Centro de Estética

 

 

22 comentários em “vamos deitar fora as balanças?”

  1. Parabéns! Adorei!
    Eu já nem tenho balança em casa mas a verdade é que se for preciso faço dieta durante uns meses e depois fico 1 ano na engorda…. tenho a noção de tudo o que faz bem e mal mas adoro tudo o que faz mal desde sumos, doces, pão, perdida por panquecas e chocolate! Adoro por toda a minha vida massas…. mas entrei agora numa de low carb/paleo à cerca de mês e tal… perder peso?pouco…mas algum… exercício… pouco também… por isso admiro-a muito! Tem um corpo invejável a qualquer miúda de 20anos, ainda mais com 3filhos… eu com 2 (3anos e 1ano) tenho mais dias a olhar para o espelho com vontade de o partir do que “beija-lo”… a cataria é a mãe linda que qualquer criança ou adolescente quer!
    Parabens

  2. Ja nem sei quando usei a balanca a ultima vez. Acho que nas férias de Verão. Pesava 45 ou 46 o meu stress é pesar pouco. Aqui em uk nao tenho balança nem quero. Só me peso quando vou a Portugal e na balança da minha acupuntura. 😁😁😁sou bem nais feliz assim sem stress.Beijinhos Filipa Tomás

  3. Olá Catarina. Não sei se ajuda ou não, mas a minha nutricionista (sim, procurei ajuda médica para vencer a comida emocional) defende que sabemos quando não e “confort food” quando não nos sentimos culpados. Uma torrada ou algo em sentido figurado não nos pode fazer sentir mal, se normalmente fazemos tudo bem e pela nossa saúde. Também me ajudou bastante ao fazer-me perceber que o primeiro deslize não e um erro, mas o segundo e terceiros e por ai fora sim…em suma, o exagero. Quando me passo ela pergunta-me sempre: qual te deu mais prazer? O primeiro não foi? Então porque não ficaste pelo primeiro?
    No fundo cada um tem os seus truques e palavras que nos fazem raciocinar em prol do nosso bem estar continuo.

  4. E uma pergunta. Partindo do principio que posso pagar, tu achas que um PT é tao relevante num processo de reeducação alimentar, como o é uma nutricionista?

    Obrigada 

  5. Cláudia Mascote

    Concordo tanto! Acho muito importante cuidarmos de nós, mas sem exageros nem fundamentalismos. Eu também não tenho balança e nem preciso. Dou conta dos excessos quanto estou mais inchada, a sentir-me mais pesada e claro, quando notamos a roupa mais apertada.

    A Catarina está linda, aliás cada vez mais bonita ☺

    Um beijinho

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  7. Eu andei uns 9 anos à guerra com o meu corpo, porque não me sentia EU dentro dele. A imagem que o espelho me devolvia não era a Lénia que eu conhecia e não era a Lénia que eu queria ser. Quando me deixei de pancadas com dietas comecei a perder peso. Eliminei a culpa e a obrigação de ser fit. Assumi que não ia voltar ao meu peso de antes de ter filhos. Mas voltei. Ao fim de um ano estava com o peso que tinha quando engravidei pela primeira vez. Treinei muito. Adoro treinar. Não tenho PT, nunca tive. Tive planos de treino feitos pelos professores do ginásio, mas o que teve mais resultados até agora foi um plano totalmente desenhado por mim. Como o que me apetece, quando me apetece. Há duas ou três semanas andei a comer as minhas emoções. Mais três quilos em cima. Já foram embora. Sem paranóias. Reconciliei-me comigo. Gosto do que vejo, embora queira mais. Não quero ser perfeita. Quero desafiar-me. Mas quero comer os gelados que me apetecer. Sem culpas. A balança serve apenas para me ir guiando, sem me zangar quando os números não são os que eu esperava.

    No fim, o importante é aceitar que o nosso corpo é a nossa casa. Todos queremos uma casa bonita, mas não lhe pegamos fogo se ela estiver mais desarrumada de vez em quando. O importante é entender que somos muito mais do que o corpo que nos carrega. E que há corpos lindos completamente vazios, e corpos fora dos parâmetros de beleza actuais que transbordam outras coisas.

    No fim, o que importa é que nos aceitemos como somos. Sempre. Quer estejamos mais magros ou mais gordos, com mais ou menos rugas, com mais ou menos celulite, com mais ou menos coisas de que gostamos mais ou menos. Não importa. O que importa é que somos sempre nós. Independentemente de tudo o resto.

    1. Tenho 18 e as vezes sou demasiado controladora e exigente comigo mesma..
      E sinceramente, o seu comentário foi das coisas mais bonitas que já li!

  8. Teresa Batista

    Olá Catarina, acho que gostarmos de nós, de quem somos por dentro e por fora passa por várias etapas ao longo da nossa vida! Em 2014 também consegui ficar refém dum número na balança e consegui fazer descer o ponteiro dos 64kg para os 51kg! A restrição passou por ser regrada nas quantidades acima de tudo e obviamente passei a comer com mais qualidade, o que acontece até hoje! Ao fim de 1 ano consegui estabilizar o meu peso nos 52kg (meço 1,62m) e deixar de me pesar TODOS os dias passou a ser natural (em 2014 quando fui de férias levei a balança comigo!!!!)

    Por isso acho que mais dia, menos dia, todos acabamos por encontrar o nosso equilíbrio! E sou feliz na minha postura perante a comida! E sou feliz quando como e mais ainda quando cozinho! E acima de tudo, temos de ser felizes com quem somos <3

  9. Andreia Escobar

    Olá Catarina grande post!
    Tenho balança em casa porque me foi oferecida, só me peso quando faço reavaliação no ginásio, mas o peso nem é minha preocupação porque sei que se mantivermos uma alimentação equilibrada conseguimos estat bem connosco (isto incluí eu manter me fiel a mim mesma gulosa e nunca me falta um docinho 😜)

    1. Se gostas de ti assim, não tens 15kg a mais. Tens o peso com que te sentes bem. E só deves ter atenção à questão da saúde. A estética vale o que vale e é tão menos importante do que tudo o resto…

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  15. Olá Catarina, que post incríve, mais um. Palavras tão cheias de sinceridade e de realidade, obrigada, as quais valorizo. Na minha vida ainda estou no processo da aceitação, em sentir firmeza e amor por mim, em que é difícil olhar e gostar do que vejo, mais qualquer dia supero essa barreira. Obrigada 😘

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