A minha relação com o blog tornou-se conflituosa: escrevo porque sou lida mas preciso de me esquecer que alguém me lê para conseguir escrever. De todos os conflitos internos o bloguístico é o que menos me incomoda neste momento. Julgava-me curada das crises existencialistas desde a maternidade. Enganei-me: o ciclo foi mais longo, escolheu um mês de Inverno, tem sintomas distintos mas voltou. Senti-o a chegar algures entre a sexta e a sétima conferência sobre o mesmo tema [ironicamente o que me falta]. Chamo-lhe cansaço. Haverá quem o confunda com carência.
Chamo-lhe cansaço e procuro-lhe solução. Remédios, como diriam os outros. Queremos antevisões e não retroespectivas.
Sabem-me bem as rotinas de fim-de-semana. Saio à rua quase-em-pantufas: compro pão, leite e quilos de papel de jornal. Deixo-me ficar até conseguir regressar a casa já com os olhos abertos. Gosto infinitamente de esplanadas e sol de Inverno. Tanto como de vinho tinto, queijo e uvas. Ou das manhãs nas ruas da cidade.
Algumas rotinas minimizam os conflitos.
se as manhãs fossem reservadas a olhar o mundo e digerir os conflitos o resto dos dias seria tão mais proveitoso…