[respeitem todos os estados civis]

Acredito que qualquer solteiro com mais de 35 anos estaria disposto a pagar por um serviço de encontros com escolha rigorosa e filtragem apertada de outras pessoas disponíveis para encontros sérios. 

Existem agências matrimoniais (teríamos que lhe trocar o
nome) com bastante dimensão e fama noutros países; existem empresas de
organização de encontros, em formatos diversos, com sucesso ao nível da
adesão e – espero – resultados; existe, pelo menos, a sensação de que
sair à noite para tomar um copo, sem ser em casal, não é uma estratégia
de engate.

Em Portugal temos, primeiro que tudo, o problema do
preconceito. Entenda-se que comparo Portugal com outros países europeus
desenvolvidos e não com um mundo onde ainda existem aberrações como
casamentos combinados que envolvem meninas/crianças, ou países onde as
menores nem sequer são tratadas como pessoas.

Por cá, procurar um
serviço que “junte” solteiros é visto como um ato de desespero, ou como
uma forma fácil de encontrar sexo grátis. Por outro lado, os poucos
mecanismos existentes com o objetivo de apresentar pessoas disponíveis
estão repletos de pessoas comprometidas e casadas. Facto grave e que
mostra o nosso subdesenvolvimento mental e que estraga a base da ideia,
levando-me a repetir a necessidade de um serviço destes ter uma
filtragem apertada.

Como escrevia a personagem fictícia A Gaja,
temos que nos habituar à ideia de que um date (estrangeirismos à parte,
um encontro) é um momento positivo em que conhecemos uma pessoa nova.
Acrescentaria que melhoramos as nossas skills (também sei usar
estrangeirismos) para novos encontros, mas até para apresentações em
público, futuras entrevistas de emprego. É assim uma terapia de auto
confiança contra a timidez.

Fica, então, a sugestão de negócio. E o
pedido de respeito por todos os estados civis.

6 comentários em “[respeitem todos os estados civis]”

  1. Catarina e Barbaridade… Serio?! Não fazia ideia. Sou muito bem casada, por isso nunca usei o Tinder 😉 Conheço alguns solteiros que usam, todos na casa dos 30, todos "adultos a sério" e por isso estava convencida que seria frequentado por pessoas mais "serias".

  2. Participei, em tempos, num "Speed Dating" e num "Dinner Party" (lá está, os estrangeirismos…) organizados pela empresa Speedparty (http://www.speedparty.net/). Quando comentei com um colega que iria, questionou "Mas tu precisas mesmo disso?", como se esse fosse o meu último acto de desespero. Devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendida com as pessoas que lá conheci. Recomendo. Quanto mais não seja, é uma experiência diferente para contar aos netos.

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