economia doméstica

Economia Doméstica nas escolas, já!

Uma vez que, nas próximas linhas, vou defender a (re)introdução da disciplina de Economia Doméstica nas escolas, com carácter obrigatório, será prudente e necessário sublinhar que o faço para rapazes e raparigas.

Ainda tentei encontrar outra denominação para as matérias que incluam noções de orçamento, leitura de facturas e rótulos, fazer listas de compras e sua concretização, elaboração de ementas e preparação de algumas refeições básicas, entre outras tarefas domésticas, mas não encontrei.

Salazar defendia esta mesma disciplina, desde 1927, com a “imperiosa necessidade de a escola orientar a educação doméstica da mulher, levando-a a bem compreender o seu papel social”.

Está tudo errado nesta frase, ainda que os conteúdo programáticos – bordar, cozinhar, fazer barrela, olhar pelo asseio da casa, talhar, coser e conservar as peças de vestuário da família e (…) o valor da higiene” já fossem bem pensados, desde que servissem a homens e mulheres, exatamente da mesma forma.

Passámos das aprendizagens certas, num machismo totalmente errado, à ausência destes temas nas escolas. Eu defendo que a emancipação da mulher não se faz com o fim da Economia Doméstica, mas com o alargamento desta disciplinas a rapazes e raparigas, ensinados e avaliados exatamente da mesma forma.

Eu, que estou longe de defender a austeridade a que temos sido sujeitos, na dimensão e na forma, acho que muitos dos problemas ao nível dos hábitos de consumo, se resolveriam se, desde cedo, fossemos ensinados a gerir aquilo que ganhamos.

E não será apenas um problema de sobrendividamento das famílias. A Economia Doméstica, teórica e prática como defende o Movimento 2020,
será fundamental para aumentar as competências alimentares de crianças e jovens, ao nível da segurança alimentar, consciência de consumo, rotulagem e preparação e confeção de alimentos saudáveis, prevenindo vários problemas a nível de saúde.

Recupere-se o conceito, agora com os valores certos, e dê-se à Economia Doméstica a importância que ela tem. A emancipação e o desenvolvimento do país também depende disso.

7 comentários em “Economia Doméstica nas escolas, já!”

  1. Olá Catarina,

    Desta vez, não podia estar mais em desacordo. Tb acontece! 🙂

    A meu ver, há assuntos que devem ser os pais que abordam e ensinam. Creio que não precisamos de um curricula escolar para ensinar isso. Isso é, mais uma vez, desresponsabilizar os pais do seu papel de educadores. Os pais têm e devem ser chamados a interagir e agir ativamente na educação dos seus filhos e não retirar-lhes continuamente as "matérias" e deixá-los à margem. Também há o perigo de deixar tudo nas mãos dos outros, onde ideologias como essa do "Sr." Salazar (q muito agradaria a tanta gente ainda atualmente!). Enfim, eu sei que não era a nada disto que te referias, mas a meu ver as coisas não são assim simples como as colocas e é preciso ter muito cuidado.

    Sobre a educação parental / escolar teria imenso para dizer, mas fica para outras nupcias! 🙂

    Acima de tudo aquilo em que desacordo com o teu post é comparar a situação do país com o sobreendividamento das famílias….

    O País está mal não porque as famílias se sobreendividaram, mas pq uns tantos senhores cheios de gula, dos bancos e dos governos se(nos) sobreendividaram globalmente.

    Coitadas das famílias… Se tivessemos assim tanto poder!…

    Não podemos deixar q eles nos façam acreditar nas mentiras deles como mulher/homem vítima de violência que continuamente desculpa a cara metade que o/a agride!

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