recebi dois comentários a este post. um deles dizia “… a sua paranóia com o corpo e com o peso”.
é importante dizer que, apesar da minha relação nem sempre saudável com a comida, como é descrito por mim em muitos posts e no meu livro Dieta das Princesas, não tenho qualquer paranóia. afirmo-o desta forma por uma única razão, sentido numa pequena proporção o que é viver mal com a comida, tenho o maior respeito por quem – e sim, é uma doença – tem uma verdadeira “paranóia com o corpo e com o peso”.
noutro comentário era dito “a relação que tem com o corpo não parece nada bem resolvida”. reforço aquilo que já disse: a minha relação com a comida não é sempre bem resolvida, felizmente passo longos períodos em estabilidade. no entanto, a minha relação com o corpo é serena e feliz. não quero dizer com isso que a minha relação com a minha imagem seja sempre maravilhosa. mas alguém tem uma relação permanentemente maravilhosa com a sua imagem? um exemplo disso será que, mesmo com 90 quilos, tenho fotos feliz e orgulhosa em biquini.
repito, só insisto nestes assuntos, porque tenho um profundo respeito pelas pessoas que sofrem com a sua relação com o peso e o corpo. porque sei, numa proporção minúscula, o sofrimento que isso causa. porque, felizmente, apesar dos meus maus momentos, tenho sorte em ser uma pessoa saudável na cabeça e no corpo.
e aquilo que o post dizia refere-se a que aceitemos os defeitos e a perfeição, quem quer ficar como está ou prefere lutar por ter um corpo diferente. não falo de doenças, falo de opções conscientes e saudáveis.
Tb n me sinto paranoica… mas a minha relacao com a comida e sempre de amor odio ? ando a tentar equilibrar.
Catarina,
Tenho um pet peeve ridículo com os teus textos… nunca usas letra maiúscula a seguir a um ponto final. Porquê?! 😛
não faço ideia 🙂
habituei-me e gosto assim visualmente.
Quem esteja 100% satisfeito com o seu corpo que atire a primeira pedra 😉 Sigo o blog, sigo os posts e gosto do que leio 🙂 E identifico-me muitas vezes. Grande parte das pessoas não vive satisfeita com a sua condição física, e não apenas por uma questão de aparência, mas porque os quilos a mais podem (e significam muitas vezes) menos “saudinha da boa”. Mas se se começa uma dieta (e para mim dieta só faz sentido com pós e contras, com adapatações à vida de cada um, com objectivos reais e como caminho a seguir e não como loucura temporária), logo alguémm vem e aponta o dedo e questiona e acha que o pessoal é mal resolvido. Enfim… para mim “mal resolvidos” são aqueles que não suportam ver a força e o sucesso dos outros. E (fala a voz da experiência) investir em nós (seja na nossa saúde ou noutro campo da nossa vida) exige determinação e força. E nunca é tarde para começar! Eu resolvi investir mais na minha saúde no ano passado… com 35 anos. Enquanto muitos diziam “Ah mas estás tão bem” e “dietas para quê?”, segui uma dieta que adoptei como estilo de vida. Não vivo em “clausura alimentar”, não passo fome. Cortei aqui e ali, substitui ali e acolá, passei a mexer-me mais e em alguns meses, ao meu ritmo, perdi 11 quilos que não me faziam falta nenhuma. Ganhei saúde. Menos dores nas costas, mais energia a subir degraus e passei a olhar-me ao espelho com mais prazer. Se isso faz de mim mal resolvida… azar! Sou mais feliz 😀 Hoje, por motivos “biológicos” semelhantes aos seus (20 semanas depois…) ganhei 3 quilos… Sei que vou ganhar mais. E neste momento penso nisso com carinho. Se espero ir à luta daqui a uns meses?! Claro que sim…por mim e pela minha saúde. Mas as vozes já se fazem sentir “isso não importa nada”, “engorda à vontade que depois recupera”… e bla bla bla e “ide pastar de mansinho que eu cá sei”. Desculpe invadir o espaço desta maneira… em resumo: bola para a frente, o que interessa é ser feliz! E vivam as hormonas que nos fazem desabafar que nem loucas!!!
Catarina, revejo-me tanto neste(s) posts…
Faz amanhã um ano que iniciei, a sério, um processo de mudança e nem todos os dias são fáceis…era tão melhor se eu não gostasse de comer. Era tão mais fácil se eu tivesse uma boa relação com a comida e com o espelho…
Ainda estou um pouco longe do meu objectivo, mas vou chegar lá. O metabolismo dos pós 40 não é o mesmo dos 30, a “pele” que fica de sobra é feia e a recuperação dos tecidos e do músculo é mais demorada…mas eu hei-de chegar “lá”.
Obrigada pela inspiração. Obrigada pelo testemunho da “paranóia”. Obrigada do fundo do coração.
Acho lindíssimo uma mulher/pessoa ter cuidado com o que come, preferir comer comidas saudáveis, quem não percebe acha que é uma paranóia e sinceramente paranóia é comer tudo o que vêem, com toda a informação nutricional.
parabéns por ter tido a força de equilibrar a sua alimentação e preferir o caminho, muitas vezes nada fácil, que é comer saudável e fazer exercício físico.
Existe um preconceito com pessoas/como eu, que preferem manter uma vida saudável… um obeso ai coitado é doente, alguém que come equilibrado e pratica desporto ouvimos “aí coitada é anoréctica, paranóica”.
Deixo também o meu desabafo em solidariedade, Não me importo de ser considerada paranóica, porque sinto orgasmos alimentares sempre que acordo e bebo um batido de frutas naturais (mamão, abacate, maça, ananás, banana, água) e um iogurte natural com cereais de fibra e montes de frutos secos, ameixas, sementes… tão delicioso. Amo beber água, um bom vinho, detesto refrigerantes. etc…etc… milhares de diferenças alimentares, que inseridas no dia-a-dia podem provocar uma sensação de prazer, o paladar é contemplado com alacridade e a saúde agradece.
O documentário sobre a doença obesidade “E se fosse consigo?”, não posso responder a tal, porque nunca fui obesa. Posso responder o que faço para me manter saudável…porque enquanto todos os dias faça chuva ou sol, depois do trabalho eu saio de casa, dizendo adeus ao gostoso e apelativo sofá, vou correr 1h para o parque, esteja eu cansada ou super cansada. Uma opção difícil, mas em vez de ficar a lamentar-me, quando olho para os espelho penso “ser saudável é difícil”.
Obrigada uma vez mais pela verdade com que escreves. Ler-te traz sempre uma sensação de paz, ora mexe comigo, e leva a confrontos internos precisos…é ler-te são caracteres que juntos são “humanos”. Queria um adjectivo mais bonito, mas é mesmo isso – Humano. Real. Bonito. Bom. Frágil. Forte. Bruto. Sincero. Honesto 😉
A pior coisa que já me disseram foi algo como isto: “és a única pessoa dos meus amigos e conhecidos com quem não posso ter uma discussão (…) porque tens um distúrbio alimentar”; “choras e sentes raiva quando discordamos e discutimos/debatemos temas”; “não és fraca… mas tens traços de fragilidade” “não me dou com pessoas frágeis”.
Não foi o fraca que me incomodou, foi o não posso discutir contigo porque basicamente és paranóica com a comida! Porque não? Há tantas pessoas mais sensiveis sem qualquer doença relacionada com a comida! E não será óbvio que quando se discute/debate se “Sinta”. Chore. Ri-a!
Pessoas Tóxicas…felizmente sei distinguir e os meus falam-me com sensibilidade, mas seriedade e brusquidão quando o sentem ou discordam, nunca me deixaram de criticar há séria. bom e mau e muito mau sem ser sobre “comida”! Aliás o tópico comida trás muita zanga e grito mesmo.
Paranóia com a comida é uma doença, mas a pessoa não é a doença…é um mundo. grande! E não querendo escrever mais porque não sairia daqui com este tópico e (e seria um texto sem fim) – obrigada gigante pelo imenso respeito neste tópico, e pela tua ‘humanidade’