Eu não tenho nada contra as redes sociais, antes pelo contrário. Sou uma utilizadora ativa, permitem-me estar em contacto com amigos que estão longe e ir sabendo as novidades do mundo de forma mais simples. Mas, para algumas supostas notícias, era verdadeiramente dispensáveis. E a sua partilha – e a facilidade com que é possível carregar no botão “share” — pior ainda.
As redes sociais, cada uma à sua maneira, podem ser uma forma de facilitar a comunicação desde que usadas da forma correta. O que é, na minha opinião, usar as redes sociais de forma correta? Primeiro, e antes de qualquer outra coisa, ter consciência de que na internet não existe privacidade, por muitas definições e opções em que cliquemos. Segundo, e isto serve para tudo o resto, usar cada rede de acordo com os seus objetivos profissionais, convívio, encontros, com o mesmo respeito com que tratamos estes assuntos na vida real.
Apesar de reconhecer as vantagens também vejo que os espaços virtuais de exposição – nesta falsa proteção ou máscara que é um ecrã de computador – agravaram o nosso espírito crítico e maldizente.
Existe uma quantidade de tomadas de posição radicais que, se existissem nas ruas, por exemplo pelo direito as 35 horas semanais de trabalho, já nem trabalhávamos 25. Fossemos tão ativos, profissional, social e familiarmente irrepreensíveis, na vida de todos os dias como somos numa timeline e o salário mínimo estava em 900€ por mês, nenhuma equipa de futebol perdia, não existiam crianças que fizessem birras na rua, nem animais abandonados ou refugiados sem condições de vida.
Na semana passada fiquei fascinada ao ver a quantidade de pessoas que dissertou sobre a vergonha das brincadeiras no local de trabalho, que visualizou o vídeo e o partilhou, que maldisse os funcionários públicos, esses preguiçosos. Curioso que tantas destas pessoas estivessem agarradas ao Facebook no seu horário de trabalho e no computador do emprego.
São estas maravilhosas contradições que nos permite essa máscara que é o computador. Sem generalizações: preocupemo-nos todos mais com o nosso trabalho. Isso basta para aumentar os índices de produtividade do país.
foto: Pau Storch
Este é mais um dos motivos porque gosto de ler o seu blogue, aponta coisas que verdadeiramente importam e sim, se todos nos uníssemos por tudo o que pode fazer deste um país com mais condições para viver, para trabalhar, para ser pai ou mãe, em vez de estarmos preocupados com o que os outros fazem, estaríamos muito melhor. O problema é que é sempre mais fácil criticar o que os outros fazem de menos bem do que fazer alguma coisa por nós abaixo. Concordo completamente com o que diz. Preocupemo-nos nós com o nosso trabalho, que do dos outros sabem eles.
http://embuscadafelicidade.blogs.sapo.pt/
Obrigada Catarina. Como sempre a ver o que realmente importa.
Qd as pessoas se expõem arriscam a … e se não falassem dos outros nao tetia tema para o se post … por isso não critique as pessoas que lhe dão temas para post e artigos ? . E sim o que os funcionários públicos fizeram está errado … não é uma empresa privada ?
Querida Maria Papoila, veio procurar contradições e nem lê aquilo que escrevo com atenção 🙂