existe uma procura permanente de equilíbrio: entre projectos novos e tempo, entre dinheiro e tempo, entre o querer tudo e a consciência de que, muitas vezes, é preciso parar. o equilíbrio constante entre o ânsia e a calma. nunca sou verdadeiramente feliz sem tempo, não por mim mas pelos meus filhos. gosto de estar com eles sem pressa, vê-los crescer, estar apenas e vê-los brincar, conversar, interagir, preparar o jantar e sentir o pequeno A. a entrar na cozinha e agarrar-se às minhas pernas, ir chatear o G., que está no mundo dele, só para lhe pedir um beijo. de todos os privilégios desta vida, para além da saúde, que agradeço todos os dias como um melhor-do-meu-dia constante, o maior é o tempo. tempo para preparar o pequeno almoço e vê-los comer, tempo para fazer torradas e ovos estrelados por saber que é aquilo que mais gostam. O melhor do meu dia é ter tempo.
Olá, Catarina. Descobri este diário há pouco mais de uma semana e, quando percebi a mudança que fizeste na tua vida voltei atrás para ler desde o ponto de partida, para ver o antes e o depois, não só no que respeita à tua transformação física mas principalmente no que respeita à tua mudança interior. Fascinou-me a tua determinação e a força de vontade, a motivação e a forma como te comprometeste com os teus objectivos. És inspiradora. A forma como escreves, como te (d)escreves, como desabafas e constróis a tua relação com o mundo, os que te rodeiam, os teus filhos, os teus amigos, a tua família, as tuas memórias e, no caso particular, o teu corpo. És, não me canso de pensar, uma inspiração.
Eu neste momento não tenho excesso de peso. Tive, em tempos (espero conseguir manter este verbo sempre no passado). Tenho 1,70 e pesava, pela altura que decidi fazer alguma coisa para o mudar – 1 de Maio de 2013 -, 83kg. Em Setembro do mesmo ano consegui chegar aos 60kg. Depois, ao longo de 2014, depois de uma viagem, depois de outra viagem, depois de uma festa, de uma saída (com muitos "depois resolvo" pelo caminho), com altos e baixos, voltei a subir aos 69kg e nos primeiros meses deste ano sentia-me realmente mal comigo, por estar desconfortável com este corpo. Neste momento, e desde Maio, voltei a ganhar forças e, com algumas oscilações, voltei a conseguir recuperar e agora ando aqui entre os 58-60kg mas não me sinto confortável, ainda. Sei que estou no peso normal e todos dizem que estou bem assim, mas sinto-me flácida, sempre "em baixo", tristonha pelo desconforto com o meu corpo. A única coisa que fiz para perder peso foi mesmo fechar a boca, deixei de comer açúcar, massas-arroz-batata branca e adiante. Como muita fruta e fruta-com-tudo, algum peixe e carne, mas é da fruta, dos iogurtes, das sementes, frutos secos e aveia que retiro mais prazer (e é aqui que oiço o meu namorado dizer que não lhe parece normal uma pessoa comer assim, o que acaba por desmotivar um bocadinho). Maaas o pão desgraça-me e lá incho eu mais um bocado, e fica tudo perdido. Mais um chocolate, mais um gelado e outra e outra coisa e deito tudo por água abaixo numa compulsão onde impera o "perdido por 100, perdido por 1000". Falta-me a força para tornar isto num estilo de vida e não andar sempre a oscilar de peso, sempre a fazer "dieta"…
Por outro lado, graças a este blog, há poucos dias comecei a correr: primeiro 1km muito cansativo, pausas para respirar e insiste, mais 1,5km. Noutro dia 2, 3…e esta manhã (e foi principalmente por isto que aqui vim deixar estas palavras) consegui fazer 5km sem parar (mais precisamente, 5,3km) em pouco mais de 30 minutos onde imperava a ideia de que, se tanta gente consegue, porque não hei de conseguir. E estou radiante, porque fui capaz, porque queria parar nos 2,5 mas continuei. E daqui para a frente vou continuar a fazer por isso. Obrigado pela inspiração, Catarina. Agora só me falta conseguir arranjar o equilíbrio que preciso na relação com a comida (algum conselho?).
Perdoa-me o testamento mas acredito que não se perde nada ao saberes que motivas, acredito eu, muitas pessoas. As tuas palavras fizeram-me ter vontade de fazer por mim. Vale a pena dizer. É que há pouca gente assim.
Das coisas que mais me comove aqui no teu diário público é a forma deliciosa e muito emocional (para mim) como falas/escreves a relação dos teus rapazes, a tua relação com eles e cada um de forma individual nesta tua vida.
É Muito bom ler-te e faz todo o sentido, porque o amor é isto.
Texto Lindo!
Obrigada,
Carolina Melo
Olá Catarina,
Uma pergunta, fez alguma plástica? Ultimamente, nas fotos que publica, tenho achado que as suas feições (zona da boca inchou e maçãs do rosto também, de forma acentuada) se alteraram e está com um ar mais pesado e igual a todas as outras que já operaram em si alterações estéticas.
Perdeu a sua beleza natural, parece que tem a cara plastificada. Não sei se é ilusão das fotos, se é maquilhagem, porque não a conheço pessoalmente.
Felicidades,
Pipa
São dois quilos a mais 🙂
O tempo, logo depois da saúde e do equilíbrio mental, é o bem que estimo mais. É o que temos de mais precioso e o que, curiosamente esbanjamos mais. Neste momento tudo o que faço é no sentido de ter cada vez mais tempo de qualidade, seja em casa, a trabalhar, a viajar ou a fazer seja o que for. E, uma das condições mais importantes para isso é deixar a ansiedade de lado, deixar de pensar na falta de tempo. Curiosamente, tenho conseguido geri-lo cada vez melhor e fazer cada vez mais coisas de que gosto realmente.
Gosto de te ver no "Não Faz Sentido" 🙂 Tens que por aqueles homens na linha. 😛
Sem querer comentar o "maravilhosamente ridículo" post da "querida" leitora cheia de inveja e dor de cotovelo, Catarina, assino por baixo do teu post: o melhor da vida é mesmo ter tempo para ser feliz. Essa é a minha procura neste momento!
Beijinho, estás cada vez mais linda, e foi um enorme prazer ter-te conhecido. És uma inspiração!
http://mundodamafy.blogspot.pt/