Perante o contexto de crescente
importância dos blogs enquanto espaço de comunicação, o Governo quer
regulamentar, no novo Código da Publicidade, impondo a identificação
como publicidade de artigos escritos em troca de uma contrapartida
financeira ou material. “A promoção de bens ou serviços sob a
aparência de opinião pessoal de quem a veicula, mediante contrapartida
financeira ou material, deve ser inequivocamente identificada como
publicidade, independentemente do meio utilizado para a mesma”.
Entendo
a intenção desta tentativa de regulamentação, mas considero que é
totalmente impossível controlar as publicações pagas. Explicar aos
leitores que existem posts pagos parte da relação de honestidade que
cada pessoa que escreve um blog quer ter com quem o lê.
Em Portugal, nem todas as pessoas que escrevem blogs são bloggers, apenas uma pequena minoria pode assumir os seu “diário” como profissão, do qual obtém rendimentos relevantes.
O mercado ainda é muito pequeno, principalmente se compararmos com
países como Espanha, França, Itália ou Brasil. Nestes países já foram
geradas algumas fortunas, como é o caso da italiana Chiara Ferragni, 27 anos, ganha 8 milhões de dólares por anos com o blog The Blonde Salad.
Criei o blog há dez anos
pela razão mais simples e exibicionista que pode existir: queria um
diário público. Parecendo uma contradição, não é. Queria escrever e
queria que me lessem. Há dez anos, ninguém falava de publicações pagas.
Naturalmente, num blog que nasce como diário, em que se escreve sobre
sentimentos, escreve-se também sobre sensações e experiências: uma roupa
com que nos sentimos bonitas, onde restaurante onde adorámos ir, uma
receita que provámos ou queremos experimentar, uma exposição ou uma
atividade para os miúdos.
Ontem, depois da partilha de uma foto
com uma mesa de queijos e carnes frias, uma leitora dizia que eu só
mostrava aquilo porque me pagavam. Pensei como é que este exercício
espontâneo de ter um blog passa à desconfiança permanente de que tudo
aquilo que falamos foi pago. Ficaria bastante satisfeita se me
pagassem para comer umas fatias de queijo e de presunto, mas não era o
caso. Quando for, eu digo.
Mal de quem só escrever com base naquilo que recebe.
O importante é que sejam opiniões sinceras e que os leitores não se sintam enganados.
Na publicidade da TV acredita quem quer e no que quer. Mas nisto dos blogues, quem nos escreve, representa uma pessoa em quem acreditamos.
É importante que se mantenham sinceros. Se assim for é muito melhor para todos.
Mal de quem só escrever com base naquilo que recebe.
O importante é que sejam opiniões sinceras e que os leitores não se sintam enganados.
Na publicidade da TV acredita quem quer e no que quer. Mas nisto dos blogues, quem nos escreve, representa uma pessoa em quem acreditamos.
É importante que se mantenham sinceros. Se assim for é muito melhor para todos.
jamaissalome.wordpress.com
Acho que a Catarina está a ver as coisas ao contrário. Os leitores só passaram a achar que era "tudo" pago exatamente porque inicialmente acreditaram que as opiniões eram 100% sinceras e não encomendadas. Depois começaram a perceber que era publicidade encapotada e é natural que se tivessem sentido enganados (estou a falar nos blogues em geral).
Ler uma opinião isenta a respeito de um produto, convence mais facilmente. A partir do momento em que vejo que é publicidade, então é a mesma coisa que estar a ver produtos numa revista: podem interessar-me, mas já sei que os benefícios que descrevem não serão exatamente assim pois apenas estão a vendê-los.
Totalmente de acordo com a Simplesmente Ana. Podemos adorar um produto, falar dele e estarmos a ser pagos e colocar uma nota de publicidade. O leitor poderá decidir se quer ou não "acreditar" na opinião, tendo acesso a toda a informação sobre o mesmo. Existem bloggers que só falam do que experimentam e gostam (mesmo sendo publi) e outros que não. Transparência. bisous*
Concordo com o que foi dito.
Por exemplo, pode não ter sido paga para escrever sobre a comida do tal hotel, mas provavelmente foi convidada a experimentar de graça o que já é uma forma de "suborno" ou pagamento.
Não me faz confusão que bloggers com notoriedade sejam convidadas para isto e para aquilo mas espero que quando elogiam algo que não pagaram, que o digam e não deixem subentendido, porque evidentemente algo dado ou oferecido (pela marca/serviço/empresa) não é igual a ser comprado.