aviso prévio: este é um post lamechas, daqueles que não costumam ler neste blog, escritos na primeira pessoa.
eu guardarei sempre o dia 16. sei que acordei atordoada, com uma neura gigante, tudo culpa do telemóvel novo mergulhado num balde de água, tudo culpa das feridas que teimavam em avisar-me que estavam abertas. nesse dia 16 acordei e chorei. choro muito pouco, choro tão pouco que o meu filho grande sabe de cor as duas únicas vezes que me viu chorar e descreve-as como um acontecimento digno de feriado nacional. naquela manhã chorei muito, chorei compulsivamente, com direito a fungadelas ruidosas. chorei tanto que me faltaram as forças. chorei tanto que fiz promessas eternas e revoltadas. raramente me queixo da sorte que tenho na vida, mas naquela manhã, perante as feridas que julgava saradas, zanguei-me com aqueles que me magoaram. demorei muitas horas a secar as lágrimas que chorei nessa manhã. sai para a rua com os olhos inchados e pena de mim mesma. felizmente há amigos, dias de sol e uma cidade maravilhosa. e os olhos foram desinchando, e as crostas segredaram-me que estavam preparadas para fechar, agora que já tinha assumido todos os anos em que as ignorei. e, se há dias em que morremos, há dias em que ressuscitamos. sei que não estavas à espera do melhor momento para aparecer na minha vida, mas sei que foi exactamente nesse instante que apareceste.
Eu só o encontrei ontem. Antes de dormir li e refleti. Fazes com que fique sem palavras .
É maravilhoso .
Obrigada pela partilha constante 🙂
Tinha de comentar este post lamechas…porque podia ter sido escrito por mim. Coincidências ou não, há momentos assim na vida. Em que (quase) deixamos de acreditar, e rendemo-nos ao passar dos dias com outras distrações, outras prioridades. Até que, no momento certo, eles chegam. 🙂