há 12 anos estava apaixonada por um puto de 19 anos [em minha defesa, eu só tinha 24]. o mesmo puto que, no dia que soube que iria ser pai disse apenas: é o dia mais feliz da minha vida. este puto é o meu melhor amigo desde o dia 28 de Março de 2002, dia em que fiz 24 anos e perdi o meu pai. este puto atura-me as merdas insuportáveis que não confesso a ninguém, as minhas fragilidades, as minhas mariquices, as minhas vergonhas. as pessoas não entendem mas este puto é mais que o meu melhor amigo, é como se fosse um irmão. a vida tornou-nos muito mais do que pais de um filho maravilhoso.
há 12 anos, eu tinha 24 anos, era uma bolinha com crises de ciática que me mandavam ao chão. e morria de ciúmes porque as pessoas achavam que o D. era o melhor pai do mundo e ninguém me ligava nenhuma. há 12 anos tinha tido o meu primeiro parto sem epidural [não é uma opção, é uma inevitabilidade da dilatação com que chego ao hospital] numa experiência dura mas absolutamente estrondosa.
aos 24 anos não há consciência do que é isso de ser mãe, muito menos quando 8 meses antes, tinha ficado órfã de pai. e o D. estava lá, com 19 anos, como se tivesse o dobro ou o triplo, a aturar-me as paranóias, os medos e as angústias. há 12 anos fui mãe de uma criatura minúscula e a única sensação que guardo foi o pânico da dependência. o quê, vais precisar de mim a vida toda?
a minha história de amor com o filho a que me deixaste por o meu apelido no fim, como as as histórias de amor, daquelas sem paixões à primeira vista, é um sentimento que cresce todos os dias. ninguém me conhece como o meu filho. são 12 anos de amor. são muitas horas, muitas partilhas, muitos silêncios. não há cá isso de melhores amigos: eu sou a mãe, tu és o filho. mas há um cumplicidade única. a mesma que me permite pedir-te desculpa quando exagero na forma como me zango. a mesma cumplicidade, construída em 12 anos, que te permitem saber as manhãs em que não consigo mexer-me. anda A. não acordes a mãe… a cumplicidade que te permitem dizer-me as coisas certas e apontar-me as falhas sem deixarmos de ser mãe e filho.
não sei muito bem no que é que acreditava há 12 anos. confesso-te que também não sei muito bem no que é que acredito agora. mas tenho algumas certezas absolutas: o teu pai é o meu melhor amigo e tu és o grande amor da minha vida [já sabes que depois de escrever isto vão dizer que gosto mais de ti do que do teu irmão. não é preciso explicar, nós sabemos a verdade e o A. também].
parabéns filho grande.
Parabéns!!!
É isto que me faz vir aqui todos os dias às vezes várias vezes ao dia. A simplicidade é o que eu vejo, sinto e como a defino.
Sempre que carrego no link do blogue entro e leio com atenção, há sempre uma palavra de motivação, coragem, vontade, verdade e sobre tudo amor em cada post.
Quando saio daqui sinto me melhor, mais inspirada. Dá que pensar, já me fez rir e chorar.
Tenho a certeza de que é uma pessoa generosa tudo leva a isso ainda mais certeza tive quando li 28-03 dia em que a minha mãe solteira de gémeos há 21 anos. Nasceu. Também sou de Março e espero vir a ser tão boa mae como a que tenho e as que leio.
Mãe de dois rapazes genial e fascinante eles são uns miudos para lá de queridos.
Parabéns Catarina. (desejo um dia ter o prazer de me autografar o livro que encomendei)
Parabéns G!!
Carolina Melo – http://www.fragmentosdopensamentoo.blogspot.pt
Lindo, maravilhoso.
Lindo, maravihoso.
A forma como transcreve os seus sentimentos é sublime.
Este é dos poucos blogs que consigo ler com prazer, tudo o resto é apenas uma imensidao de ideias ocas e falsas aparências.
A forma como transcreve os seus sentimentos é sublime.
Este é dos poucos blogs que consigo ler com prazer, tudo o resto é apenas uma imensidao de ideias ocas e falsas aparências.
A forma como transcreve os seus sentimentos é sublime.
Este é dos poucos blogs que consigo ler com prazer, tudo o resto é apenas uma imensidao de ideias ocas e falsas aparências.
Gostei. Linda declaração de amor.
🙂 parabéns. Os teus filhotes têm muita sorte.