[a minha feliz “volta dos tristes”]

passei uma boa parte da minha vida adolescente a dizer que nunca teria uma “vidinha”. entenda-se por “vidinha” as rotinas desta vida: fazer as mesmas coisas às mesmas horas, ir sempre aos mesmo lugares, fazer sempre os mesmos percursos. o meu pai era assim. percebi com a morte do meu pai, que na verdade correspondeu também à minha transformação de filha em mãe, que as rotinas marcam as memórias. percebo quando regresso aos lugares onde fui feliz, onde construí a minha infância. lembro-me das rotinas, dos lugares do percursos que repeti. passei uma boa parte da minha vida adolescente a dizer mal da “volta dos tristes” para agora procurar lugares onde possa fazer o mesmo percurso todos os dias, mais ou menos à mesma hora.

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