Uma história de amor

No 11ºano fiz uma amiga. Era nova na escola e na turma. E era muito bonita. Os meus colegas de turma estavam loucos de volta do livro de ponto, com a foto da nova colega. Quando ela entrou na sala disse-lhe que se sentasse ao meu lado. Lembro-me de um misto de protecção e de forma de lidar com os ciúmes pelas atenções dos meus colegas.
A AS. era loura e linda. Ficámos amigas. E sempre quis protegê-la.
No 12ºano entrou para a turma um rapaz. Já o conhecia de Almada. Era igualmente louro e lindo. Versão masculina. Quando ele entrou pela sala segredei à AS.
Ainda vais namorar com aquele rapaz.
Passado alguns meses tornaram-se namorados.
Com a entrada na universidade as nossas vidas separaram-se.
Mas estive com eles nos momentos difíceis. E voltei a adivinhar quando quatro anos mais tarde recebi um telefonema.
Tu não me digas que queres que seja madrinha?
Chorei quando a vi ainda mais linda. E chorei quando o B. se comoveu ao ver a sua futura mulher entrar na igreija.
Há amigos que não precisamos de ver todos os dias para saber tudo. Para gostarmos deles.
Adivinhei outra vez. Só me ligam por coisas realmente importantes.
– Vais ter bébe?
O J. nasceu no dia 1 de Novembro. Lindo. Como os pais.
Fui vê-lo à maternidade. Dei o tempo das visitas chatas e hoje aproveitei a folga.
É bom entrar naquela casa e sentir aquele amor. Que adivinhei.
É bom saber que sou um bocadinho responsável pela vida do J.
E é estranho sentir que o J. gosta de mim.
Deixámos a mãe almoçar [a comida que fui buscar porque a cozinha não é o meu forte].

Volto sempre com um misto de alegria e inveja por esta história de amor.
Uma história feliz. De que faço parte.

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