Quando eu era miúda, ou pré-adolescente como lhe tu dizes, lia com muita paixão os livros do Triângulo Jota.
Para quem não conhece, o Jorge, a Joana e o Joel, participam em aventuras que incluem misticismos e questões científicas, com direito a ídolos e beijos na boca. Gostam de sair à noite, têm telémovel e portátil. São miúdos normais.
Mas, não querendo fugir ao assunto, a verdade é que me apaixonei… pelo Jorge.
Há quem se apaixone pelo seu cantor perferido, por um jogador da bola (isso também me calhou mas já foi na idade adulta), eu apaixonei-me por um adolescente que só existe na imaginação de Álvaro de Magalhães.
Foi um bocado complicado de gerir porque quando o livro acabava o Jorge deixava de fazer parte da minha vida. Era uma paixão excessivamente não correspondida.
Depois passou. Como passam todas as paixões.
Meses mais tarde, na Feira do Livro, soube que o Alvaro de Magalhães ia dar autógrafos. Esperei ansiosa pela hora de o conhecer. Como única ligação ao meu Jorge. Se calhar tinha tido um dia mau, ou estava doente, ou… A verdade é que o meu escritor favorito foi muito antipático. E aquilo custou-me ainda mais do que todos os beijos que não pude dar ao meu Jorge.
Agora soube pela Carla que vai ser feita uma série baseada nos livros.
Não vou ver. Não quero destruir a imagem que criei do meu Jorge.
(já parece a Nicole quando se apaixonou pelo Jorge Cadete e dizia de forma lambida e arrastada o “meu Jorge”)
Afinal não fui a única! Eu devorava os livros do Triângulo Jota!!!! Ai o Jorge, as histórias eram fixes mas sem o Jorge não iam ter o mesmo alure!!! Jokas grandes
Pois eu apaixonei-me pela Mónica dos “Cinco”, a dona do Tim. E quando vi a série julguei: “menos mal”. Eu já gostava da miúda, uma Maria-rapaz de espírito forte e decidido. Claro que era bonita, num tinha que ser uma estampa. Até porque a lindinha de serviço era a “Ana” que era loura e tudo e muito feminina.
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